Chefe da CGU afirma que Rui Costa estava ciente de problemas no INSS antes de escândalo
- Luana Valente

- 7 de jun.
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Brasília — O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Carvalho, declarou em entrevista ao jornal O Globo que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, "sabia do problema" envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) antes da operação que revelou o escândalo.
A afirmação surge em meio a críticas do governo, que tentou atribuir à CGU falhas na comunicação que levaram à crise política na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Carvalho, a CGU realizou reuniões com a equipe da Previdência e notificações internas foram feitas sobre o avanço da auditoria. O foco da investigação foram acordos de cooperação técnica firmados com entidades que cobravam indevidamente valores de aposentados e pensionistas, considerados o "ovo da serpente" da fraude.
Os contratos foram assinados entre 2021 e 2022, ainda durante o governo Bolsonaro, e os descontos indevidos estouraram em 2023.
O caso culminou na saída de Carlos Lupi do comando do Ministério da Previdência. Rui Costa afirmou que a crise só se instalou porque o então ministro não teria sido informado. Carvalho, no entanto, sustentou que os alertas ocorreram no nível técnico da pasta e que a CGU cumpriu o papel que lhe foi atribuído por Lula: ser intolerante com fraudes e corrupção.
A operação contra as fraudes virou uma dor de cabeça política para o Planalto, especialmente com suspeitas de favorecimento a entidades ligadas a aliados do governo. Perguntado se houve seletividade nos pedidos de bloqueio de recursos, Carvalho negou qualquer blindagem e afirmou que todas as entidades envolvidas serão responsabilizadas.
Além disso, o ministro apontou que a CGU avalia mudanças estruturais no sistema de descontos em folha dos beneficiários do INSS. Segundo ele, o relatório da controladoria indica que o modelo atual é frágil e pode precisar ser extinto ou reformulado com mais tecnologia e transparência.






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