CPMI do INSS: oposição intensifica ofensiva contra núcleo ligado ao PT em esquema de fraudes a aposentados
- Luana Valente

- 6 de out.
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Brasília — A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes contra aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entra em nova fase com a intensificação da ofensiva da oposição contra figuras ligadas ao Partido dos Trabalhadores (PT). O foco recai sobre dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), entidade historicamente vinculada ao partido, suspeita de envolvimento em desvios bilionários.
Segundo informações divulgadas por parlamentares da oposição, há indícios de que a Contag, sob a gestão de Aristides Veras — irmão do deputado Carlos Veras (PT-PE) — teria participado de um esquema que desviou até R$ 3,7 bilhões de aposentados rurais. A expectativa é que relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) tragam evidências que comprometam a atuação da entidade nesse período.
A CPMI já aprovou a convocação de Aristides Veras em agosto, mas o depoimento ainda não foi realizado. Outro nome que deve ser chamado a prestar esclarecimentos é Thaisa Daiana, secretária-geral da Contag, que teria operado os descontos indevidos diretamente nos benefícios dos aposentados.
A figura central da nova etapa da investigação é Edson Claro, ex-funcionário do chamado “Careca do INSS”, que se comprometeu a revelar detalhes sobre o esquema, incluindo nomes de beneficiários de propina em dinheiro vivo. Claro é alvo de quatro novos requerimentos de convocação e é considerado uma “testemunha-bomba” pela oposição.
A CPMI, presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG) e relatada pelo deputado Alfredo Gaspar (União-AL), realiza sua 14ª reunião nesta semana, com o depoimento de Fernando Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians, também citado nas investigações.
A ofensiva da oposição ocorre em meio a tentativas da base governista de conter os avanços da comissão. O clima é de tensão, com acusações de obstrução e manobras para evitar depoimentos considerados cruciais. A CPMI segue como um dos principais focos de embate político no Congresso Nacional, com desdobramentos que podem atingir diretamente estruturas partidárias e entidades sindicais.






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