
"O que eu busco é a pacificação. Passar uma borracha no passado. É buscar uma maneira de nós vivermos em paz e não continuarmos sobressaltados. E, por parte do Parlamento brasileiro, uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos", disse o ex-presidente para a multidão na Avenida Paulista
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante discurso no ato político realizado na Avenida Paulista neste domingo (25), pediu a anistia dos presos do 8 de janeiro e a "pacificação" do país. A manifestação reuniu os principais políticos da direita do país e teve a participação de, segundo dados preliminares, cerca de meio milhão de pessoas.
"Eu teria muito a falar, tem gente que sabe o que eu falaria, mas o que eu busco é a pacificação. Passar uma borracha no passado. É buscar uma maneira de nós vivermos em paz e não continuarmos sobressaltados. E, por parte do Parlamento brasileiro, uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. Quero a conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil, e agora nós pedimos aos 513 deputados e 81 senadores um projeto de anistia para que seja feita a justiça no nosso país. E quem depredou o patrimônio, que nós não concordamos, que pague. Mas essas penas fogem da razoabilidade. Nós não podemos entender o que levou poucas pessoas a apenarem tão drasticamente esses pobres coitados que estavam lá no 8 de janeiro de 2023", pediu Bolsonaro, num tom equilibrado e pacífico.
Antes, Bolsonaro iniciou sua fala relembrando sua trajetória política e seus feitos à frente da presidência da República. Falou da perseguição e do ataque sofrido, inclusive a facada durante a campanha de 2018, e agradeceu o apoio popular.
"Queremos uma imagem para o Brasil e para o mundo do que é a garra e a determinação do povo brasileiro. Essa fotografia está sendo inédita para todo o mundo, ela é uma amostra das cores da nossa bandeira, de como nós nos emocionamos quando cantamos o hino nacional ou quando vemos hastear nossa linda bandeira verde, amarela, azul e branca. Com isso, mostramos com essa fotografia que nós podemos até ver um time de futebol sem torcida ser campeão, mas não conseguimos entender como existe um presidente sem povo ao seu lado. Voces nos trazem a esperanca, energia, garra e a certeza de que temos como vencer".
Ele também lamentou a situação do Brasil e reafirmou que não quer que o país seja dominado pelo comunismo e o socialismo. Ao comentar a atuação do Judiciário, falou que os abusos são cometidos por uma minoria. "O abuso de alguns traz insegurança para todos nós", disse. "Essa fotografia vai rodar o mundo. Tenho certeza disso e, após esse pronunciamento, a gente pede a Deus que ilumine a todos e até aqueles poucos ou raros que nós não gostamos, para que voltem a pensar com o coração e a razão. Que nós possamos fazer com o que nosso Brasil prossiga com a sua marcha".
O ex-presidente não citou o Supremo Tribunal Federal (STF) nem o nome do ministro Alexandre de Moraes e nem mesmo do presidente Lula (PT) nem uma vez sequer.
Bolsonaro aproveitou também para se defender das acusações de golpe de Estado.
"O que é golpe? É tanque na rua, arma, conspiração, trazer classes políticas e empresariais pro seu lado. Nada disso foi feito no Brasil. Por que continuam me acusando de golpe? Agora, golpe é porque tem uma minuta de um decreto de Estado de Defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham a santa paciência. Deixo claro que o estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de não ser golpe, o estado de sítio não foi convocado. O segundo passo é mandar uma proposta pro Parlamento, que analisa e decide se o presidente pode ou não editar um decreto de estado de sítio. O estado de defesa é semelhante. Agora querem dizer a todos nós que um golpe usando um dispositivo da Constituição, cuja palavra final quem dá o Parlamento, estava em gestação", explicou.
Ao final do discurso, Bolsonaro lembrou que este ano haverá as eleições municipais e pediu para que seus apoiadores "caprichem" nos votos e se preparem para 2026. "O futuro a Deus pertence. Nós sabemos o que deve ser feito no futuro para que o Brasil tenha um presidente que tenha Deus no coração, que honre sua bandeura, que se emocione com o hino nacional, que respeite a família brasileira e ame de verdade seu povo. (...) Nós não podemos concordar que um Poder tire do palco político quem quer que seja, a não ser que por um motivo extremamente justo. Nós não podemos pensar em ganhar as eleiçoes afastando os opositores do cenário político", encerrou.
Brasil Sem Medo
Opmerkingen