Fraude no INSS: Ex-presidente autorizou descontos irregulares a aposentados
- Luana Valente
- 30 de abr.
- 2 min de leitura

Uma investigação da Polícia Federal revelou que o ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, autorizou descontos indevidos nos contracheques de aposentados e pensionistas, mesmo após ter anunciado medidas para coibir fraudes.
Promessas não cumpridas
Em março de 2024, Stefanutto suspendeu temporariamente os descontos associativos, alegando que novas medidas de segurança, como biometria facial e assinatura eletrônica avançada, seriam implementadas para garantir a legitimidade das cobranças. No entanto, em junho do mesmo ano, ele determinou o desbloqueio excepcional de descontos para entidades investigadas, sem que os requisitos técnicos exigidos pela Dataprev fossem cumpridos.
Alertas ignorados
A Controladoria-Geral da União (CGU) emitiu diversos alertas sobre os descontos irregulares, mas a direção do INSS ignorou as recomendações e manteve as cobranças.
Segundo a Polícia Federal, a única preocupação da autarquia foi atender aos interesses das entidades associativas, sem considerar o impacto financeiro sobre os aposentados e pensionistas.
Impacto nos beneficiários
A fraude gerou um aumento significativo no número de pedidos de bloqueio e exclusão de descontos, representando cerca de 16% das solicitações recebidas pelo INSS em 2024. Além disso, muitos aposentados relataram dificuldades para reaver os valores descontados indevidamente, enfrentando obstáculos burocráticos e resistência das entidades envolvidas.
Investigação e medidas
A Operação Sem Desconto revelou que, entre 2019 e 2024, o esquema de fraudes desviou aproximadamente R$ 6,3 bilhões dos beneficiários do INSS. O governo federal suspendeu os acordos de desconto e continua investigando o caso para responsabilizar os envolvidos e recuperar os valores perdidos.
A Polícia Federal segue apurando o envolvimento de servidores e entidades no esquema, enquanto aposentados e pensionistas aguardam medidas concretas para evitar novas fraudes e garantir a transparência na administração dos benefícios previdenciários.
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