Governo estima cortes de 670,4 mil beneficiários do BPC em 2025
- Luana Valente
- 7 de ago. de 2024
- 2 min de leitura

Em uma medida que promete gerar debates acalorados, o governo federal anunciou a previsão de cortes significativos no Benefício de Prestação Continuada (BPC) para o ano de 2025. De acordo com estimativas oficiais, cerca de 670,4 mil beneficiários poderão ser excluídos do programa, que é destinado a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.
A decisão, segundo fontes do Ministério da Economia, faz parte de um esforço mais amplo para equilibrar as contas públicas e reduzir o déficit fiscal. "Estamos buscando formas de otimizar os recursos e garantir que o benefício chegue a quem realmente precisa", afirmou um porta-voz do ministério.
Especialistas em políticas sociais, no entanto, alertam para os impactos negativos dessa medida. "O BPC é uma rede de segurança crucial para muitos brasileiros vulneráveis. Cortes dessa magnitude podem agravar a situação de pobreza e exclusão social", destacou a professora de Serviço Social da Universidade de Brasília, Maria Silva.
Organizações da sociedade civil também se manifestaram contra a proposta. Em nota, a Associação Brasileira de Assistência Social (ABAS) classificou a medida como "um retrocesso nos direitos sociais" e prometeu mobilizações para pressionar o governo a reconsiderar a decisão.
O governo, por sua vez, argumenta que os cortes serão acompanhados de uma revisão criteriosa dos critérios de elegibilidade, com o objetivo de eliminar fraudes e garantir que os recursos sejam destinados aos mais necessitados. "Estamos comprometidos com a justiça social e a eficiência na gestão dos recursos públicos", afirmou o ministro da Cidadania.
A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional, onde deve enfrentar resistência de parlamentares da oposição e até mesmo de alguns aliados do governo. A expectativa é que o debate se intensifique nos próximos meses, com audiências públicas e discussões acaloradas nas comissões temáticas.
Enquanto isso, os beneficiários do BPC vivem a incerteza sobre o futuro de um auxílio que, para muitos, é essencial para a sobrevivência. "Sem esse benefício, não sei como vou conseguir pagar minhas contas e comprar meus remédios", desabafou Dona Maria, de 72 anos, que depende do BPC para complementar sua renda.
A situação promete ser um dos grandes desafios do governo nos próximos anos, exigindo um equilíbrio delicado entre responsabilidade fiscal e proteção social.
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