
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta críticas de integrantes das Forças Armadas devido à exclusão do Judiciário do pacote de ajuste fiscal recentemente anunciado pelo governo. Segundo fontes, Haddad teria prometido incluir juízes, procuradores e defensores públicos nas medidas de contenção de gastos, mas essa promessa não foi cumprida, gerando descontentamento entre os militares.
Durante uma reunião realizada em 12 de novembro, que contou com a presença dos comandantes do Exército, Marinha, Aeronáutica e do ministro da Defesa, José Múcio, Haddad afirmou que o Brasil possui "o Judiciário mais caro do mundo", com despesas equivalentes a 1,6% do PIB. No entanto, o pacote fiscal anunciado não contém previsões específicas para cortes de despesas no Poder Judiciário, focando apenas em medidas gerais como a eliminação de brechas que permitem remunerações acima do teto do serviço público, conhecidas como supersalários.
A percepção entre os militares é de que o governo aproveitou a fragilidade política decorrente das investigações sobre um suposto plano golpista envolvendo membros das Forças Armadas durante a gestão de Jair Bolsonaro para avançar com a inclusão da categoria no pacote fiscal. Além disso, o pacote inclui a criação de uma idade mínima de 55 anos para a aposentadoria dos militares, medida que ainda não tem consenso sobre o período de transição.
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