Investigação revela que 64% das fraudes no INSS ocorreram durante dois anos do Governo Lula
- Luana Valente
- 28 de abr.
- 1 min de leitura

Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) e investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) revelaram que 64% dos R$ 6,5 bilhões em repasses suspeitos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a sindicatos e associações ocorreram entre 2023 e 2024, durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Os dados apontam irregularidades nos descontos associativos aplicados diretamente nos benefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões, muitos deles sem autorização dos beneficiários. A Operação "Sem Desconto", deflagrada pela PF, expôs o esquema de fraudes, resultando na exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e no afastamento de outros cinco servidores de alto escalão.
De acordo com o relatório da CGU, os repasses a entidades associativas cresceram significativamente nos últimos dois anos. Em 2019, na gestão do governo de Jair Bolsonaro (PL), os descontos somaram R$ 604,6 milhões, caindo para R$ 510,9 milhões em 2020 e subindo para R$ 536,3 milhões em 2021 e R$ 706,2 milhões em 2022. Já em 2023, o primeiro ano do terceiro mandato de Lula, o valor saltou para R$ 1,2 bilhão, alcançando R$ 2,8 bilhões em 2024.
O governo Lula classificou o esquema como uma "herança de gestões anteriores" e considerou medidas para recuperar os valores desviados. Apesar de Lula ter determinado a demissão do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, optou por preservar no cargo o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. A medida tem sido alvo de retaliações.
A Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou a criação de uma força-tarefa para investigar o caso, enquanto o INSS suspendeu os Acordos de Cooperação Técnica que permitiam os descontos por associações.
Comments