
Caracas – A líder opositora venezuelana María Corina Machado denunciou neste sábado um cerco à Embaixada da Argentina em Caracas, onde seis de seus colaboradores estão asilados desde março. Segundo relatos, veículos das forças de segurança estatais, incluindo patrulhas do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) e da Polícia Nacional Bolivariana (PNB), cercam a sede diplomática desde a noite de sexta-feira.
A embaixada, que está sob custódia do Brasil desde que a Venezuela rompeu relações diplomáticas com a Argentina, teve o fornecimento de energia elétrica cortado, e o acesso ao local está sendo monitorado por um posto de controle policial. A chefe de campanha de María Corina, Magalli Meda, confirmou a situação em uma publicação na rede social X, destacando que a energia elétrica foi interrompida e que os acessos à embaixada estão bloqueados.
Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), criticou as ações do governo venezuelano, afirmando que as ameaças e ações são contrárias ao Direito Internacional e inaceitáveis pela comunidade internacional. A situação na embaixada argentina em Caracas é tensa, com a presença de agentes encapuzados e armados, impedindo o acesso de jornalistas ao local.
A crise diplomática se intensificou após a reeleição controversa de Nicolás Maduro, que foi ratificada pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), ambos acusados de servir ao chavismo. A oposição reivindica a vitória do diplomata Edmundo González Urrutia, substituto de María Corina nas eleições presidenciais, após a inabilitação da líder opositora imposta pela Controladoria.
A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, questionou os resultados das eleições de 28 de julho e pediu uma verificação minuciosa dos votos. A situação na embaixada argentina em Caracas continua a ser monitorada de perto, com preocupações crescentes sobre a segurança dos asilados e a integridade da representação diplomática.
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