ONU alertou governo Lula sobre riscos elétricos antes de incêndio na COP30
- Luana Valente

- 20 de nov.
- 2 min de leitura
Carta enviada dias antes já apontava falhas estruturais nos pavilhões em Belém

Dias antes do incêndio que atingiu a área oficial da COP30 em Belém, a Organização das Nações Unidas (ONU) havia alertado o governo brasileiro sobre riscos relacionados à exposição elétrica nos pavilhões da conferência. O aviso foi feito em carta enviada em 12 de novembro pelo secretário-executivo da Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), Simon Stiell, endereçada ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, e ao governador do Pará, Helder Barbalho.
No documento, a ONU relatava “potenciais riscos de segurança devido à exposição à eletricidade”, destacando infiltrações de água pelo teto e pelas luminárias, agravadas pelas chuvas constantes em Belém. O texto alertava para a possibilidade de curto-circuito e incêndio, além de apontar problemas de climatização, banheiros danificados e ambientes abaixo do padrão acordado para o evento. A organização solicitava reparos urgentes e medidas de impermeabilização para garantir a segurança operacional.
Apesar do alerta, no dia 20 de novembro um incêndio atingiu a chamada Blue Zone, área destinada às negociações oficiais da COP30. O incidente levou à evacuação imediata do espaço e mobilizou o Corpo de Bombeiros para conter as chamas. Após o episódio, a ONU retirou a classificação de “Zona Azul” da área e transferiu o controle da segurança para o governo brasileiro, enquanto uma perícia técnica avalia os danos.
O caso gerou repercussão política e institucional, expondo fragilidades na organização da conferência. O governo federal havia garantido que os problemas seriam resolvidos, mas o incêndio revelou que parte das recomendações não foi atendida a tempo. A situação levantou questionamentos sobre a responsabilidade do governo Lula e das autoridades locais na prevenção de riscos.
A COP30, realizada em Belém, é considerada estratégica para o Brasil por ocorrer na Amazônia e simbolizar o compromisso do país com a preservação ambiental. O incêndio e as falhas estruturais relatadas pela ONU, no entanto, colocaram em xeque a imagem do Brasil como anfitrião de um dos eventos climáticos mais importantes do mundo.






Comentários