ONU cobra ajustes na COP30 após falhas em Belém
- Luana Valente

- 15 de nov.
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A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém (PA), foi alvo de críticas formais da Organização das Nações Unidas (ONU). Em carta enviada nesta semana ao governo brasileiro, o secretário-executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, destacou deficiências na segurança, infraestrutura insuficiente e dificuldades logísticas que marcaram os primeiros dias do evento.
Entre os pontos levantados, a ONU mencionou o episódio ocorrido na noite de 11 de novembro, quando manifestantes tentaram invadir a chamada Blue Zone, área restrita às negociações oficiais. O documento classificou o incidente como uma “grave violação da estrutura de segurança”, levantando preocupações sobre o cumprimento das obrigações do Brasil como país-sede.
Além da segurança, a carta apontou problemas de infraestrutura, como falta de ar-condicionado em espaços de reunião, alagamentos em áreas externas e dificuldades de circulação dos participantes. Também foram mencionadas as altas temperaturas dentro dos pavilhões, que comprometeram o conforto e a produtividade das delegações.
Reação do governo brasileiro
A Casa Civil respondeu às críticas afirmando que os ajustes estão sendo feitos diariamente e que parte da responsabilidade pela segurança interna cabe ao Departamento das Nações Unidas para Segurança e Proteção (UNDSS). O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, reconheceu problemas técnicos, mas garantiu que “todas as questões já foram resolvidas”.
Contexto e impacto
A COP30, que ocorre entre 10 e 21 de novembro, é considerada estratégica por acontecer na Amazônia, região central nas discussões sobre clima e preservação ambiental. Os protestos e as críticas da ONU, no entanto, expuseram fragilidades na organização e colocaram pressão sobre o Brasil para assegurar condições adequadas até o encerramento da conferência.
O factual evidencia o desafio de sediar um evento de grande porte em uma cidade com limitações estruturais, mas também reforça a importância de garantir credibilidade internacional ao país no debate climático. A carta da ONU funciona como um alerta: sem melhorias rápidas, o Brasil corre o risco de comprometer sua imagem como anfitrião de uma das mais importantes conferências ambientais do mundo.






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