PF prende filho de “Careca do INSS” e número dois da Previdência em megaoperação
- Luana Valente

- há 2 dias
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Operação Sem Desconto cumpre 16 prisões preventivas e 52 mandados de busca contra esquema de fraudes em aposentadorias

A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta quinta-feira (18) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e mobilizou centenas de agentes em diversos estados do país.
Entre os principais alvos estão Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e Adroaldo Portal, secretário-executivo do Ministério da Previdência, considerado o número dois da pasta. Romeu foi preso preventivamente, enquanto Portal teve prisão domiciliar decretada e foi afastado do cargo. Após a operação, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, determinou sua exoneração imediata.
O “Careca do INSS” já estava preso desde setembro, apontado como um dos principais operadores do esquema. Segundo as investigações, a organização criminosa desviava mensalmente valores de benefícios de idosos sem autorização dos titulares, utilizando descontos associativos fraudulentos. O grupo atuava de forma estruturada, com núcleos responsáveis pela captação de dados de aposentados e pela movimentação financeira das empresas envolvidas.
Além das prisões, a operação cumpriu 52 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e gabinetes políticos. Entre os alvos está o senador Weverton Rocha (PDT-MA), suspeito de ter realizado negócios com investigados ligados às fraudes. A Polícia Federal também prendeu Éric Fidélis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidélis, que já havia sido alvo em fases anteriores.
Deflagrada em abril, a Operação Sem Desconto já soma nove fases e expõe a profundidade do esquema que atingiu diretamente aposentados e pensionistas em todo o país. A investigação aponta que os desvios se davam por meio de descontos não autorizados, aplicados sistematicamente nos benefícios, em um esquema que movimentava milhões de reais.
Com os novos desdobramentos, o caso reforça a gravidade das fraudes contra o sistema previdenciário e a necessidade de maior fiscalização sobre entidades e empresas que operam junto ao INSS. A expectativa é que novas fases da operação tragam à tona outros envolvidos e ampliem o alcance das responsabilizações.






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