
Na última quinta-feira (28), durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados em Brasília, o procurador Felipe Gimenez, do Mato Grosso do Sul, fez declarações polêmicas sobre o sistema eleitoral brasileiro. A sessão, que discutia o Projeto de Lei 1169/2015, que propõe a implementação do voto impresso, foi marcada por momentos de tensão e debates acalorados.
Gimenez afirmou que "são os ministros do STF [Supremo Tribunal Federal] quem decidem as eleições", sugerindo que a apuração dos votos é controlada pela Suprema Corte. A declaração foi feita pouco após a saída do ministro Kassio Nunes Marques da sessão. "Quando digo que são os ministros do STF quem decidem a eleição, é porque são eles que apuram a vontade majoritária. O resultado da eleição é a vontade majoritária. Se fazem por bem ou por mal, não posso provar", disse Gimenez.
O procurador já havia sido investigado anteriormente por alegações falsas sobre as urnas eletrônicas em 2023. Durante a audiência, ele criticou a ausência de um debate mais aprofundado sobre a segurança do sistema eleitoral e acusou os ministros do STF de exercerem um controle excessivo sobre o processo eleitoral.
A audiência também contou com a participação do desembargador do Distrito Federal, Sebastião Coelho, e do engenheiro Amiclar Brunazo, representante do Fórum do Voto Eletrônico. Coelho expressou desconfiança em relação às pessoas que controlam as máquinas de votação, enquanto Brunazo defendeu a necessidade de maior transparência no processo eleitoral.
O debate sobre o voto impresso continua a ser um tema controverso no Brasil, com opiniões divergentes sobre a eficácia e a segurança do sistema atual. A fala de Gimenez reflete a crescente desconfiança de alguns setores da sociedade em relação ao processo eleitoral e a busca por alternativas que garantam maior transparência e confiança nas eleições.
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