Senado impõe derrota ao governo e mantém emendas parlamentares intactas
- Luana Valente
- 19 de nov. de 2024
- 2 min de leitura

Na última segunda-feira (18), o governo federal sofreu uma derrota significativa no Senado, que rejeitou a proposta de bloqueio das emendas parlamentares. A votação, que terminou com 47 votos contrários e 14 favoráveis, foi liderada pelo Partido Liberal (PL), que se opõe ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Contexto e Impacto
A decisão do Senado impede o governo de bloquear as emendas parlamentares, permitindo apenas o contingenciamento. Enquanto o bloqueio é uma medida mais rígida e difícil de ser revertida, o contingenciamento pode ser desfeito por decreto. Essa mudança limita a capacidade do Executivo de realizar ajustes fiscais, forçando cortes em despesas não obrigatórias, como investimentos e obras públicas.
Divisão na Base Aliada
A votação também expôs divisões dentro da base aliada do governo. Partidos como PSD e União Brasil, que possuem ministérios, votaram contra a proposta do governo, evidenciando uma falta de coesão na base governista. A proposta agora retorna à Câmara dos Deputados para nova votação antes de se tornar lei.
Controle Parlamentar sobre o Orçamento
A decisão do Senado ocorre em um contexto de maior controle do parlamento sobre o orçamento público. As emendas parlamentares, que somam cerca de R$ 53 bilhões anuais, são uma ferramenta crucial para deputados e senadores direcionarem recursos para seus estados e projetos específicos. No entanto, a distribuição dessas emendas sem critérios técnicos tem sido criticada por entidades como Transparência Brasil e Transparência Internacional Brasil, que alertam para o aprofundamento das desigualdades sociais.
Decisão do STF
A suspensão do pagamento das emendas, determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, permanece em vigor até que novas regras de transparência e rastreabilidade sejam implementadas. A decisão do Senado, portanto, é um passo importante na definição de como esses recursos serão geridos no futuro.
A derrota no Senado representa um desafio significativo para o governo, que agora precisa buscar alternativas para manter o equilíbrio fiscal sem o bloqueio das emendas parlamentares. A continuidade do debate na Câmara dos Deputados será crucial para definir os próximos passos na gestão desses recursos.
Comments