
Em um evento organizado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em São Paulo, o ex-presidente Michel Temer (MDB) fez uma comparação entre os atos de 8 de janeiro de 2023 e as manifestações contra a reforma da Previdência ocorridas durante seu governo em 2017. Temer destacou que, assim como em 8 de janeiro, as manifestações de 2017 também envolveram invasões e destruição de propriedades públicas.
Temer relembrou que, durante os protestos contra a reforma da Previdência, sindicatos enviaram 1.600 ônibus a Brasília, resultando em incêndios em ministérios e tentativas de invasão ao Congresso Nacional. Ele mencionou que, na época, um de seus ministros sugeriu a intervenção das Forças Armadas para garantir a ordem, mas que ele preferiu focar no futuro ao invés de se prender aos eventos passados.
O ex-presidente também minimizou as recentes revelações sobre a participação de militares no 8 de Janeiro, afirmando que não houve envolvimento institucional das Forças Armadas, mas sim de indivíduos isolados. Segundo Temer, um golpe só seria possível se houvesse disposição das Forças Armadas como um todo, o que ele acredita não ser o caso no Brasil atual.
Temer criticou a radicalização política no país, comparando a situação brasileira com a do Reino Unido, onde, segundo ele, a democracia é exercida de forma plena. Ele ressaltou que a destruição dos adversários políticos após uma derrota eleitoral prejudica a governabilidade e, consequentemente, o povo.
Ao ser questionado sobre o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e as investigações da Polícia Federal sobre supostos planos para contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Temer afirmou que, apesar das tentativas, não há clima no país para um golpe de Estado.
"Seja Exército, Marinha, Aeronáutica, não participaram disso como instituição. Participaram figuras", ressaltou.
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