
As bancadas ruralista e do empreendedorismo reagiram negativamente ao veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à regulamentação da reforma tributária. Esses grupos criticam a exclusão de trechos que impediam a cobrança de impostos dos fundos de investimento imobiliários e do agronegócio (Fiagro). Agora, planejam uma nova ofensiva, similar à que gerou a recente crise envolvendo as novas regras do Pix, que buscavam reduzir a sonegação de impostos.
Nos bastidores do Legislativo, líderes desses grupos querem votar a reinclusão dos trechos vetados na próxima sessão do Congresso. Eles aguardam a eleição para as presidências da Câmara e do Senado e esperam que a análise ocorra logo após a aprovação do Orçamento de 2025.
A expectativa da oposição é pressionar o governo após a recente crise do Pix. O grupo vê possibilidade de repercussão nas redes sociais, pois os fundos de investimento imobiliários contam com quase 3 milhões de investidores, enquanto os fundos do agronegócio beneficiam mais de 600 mil CPFs, majoritariamente pequenos poupadores.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), conhecida como "bancada do boi", tem 302 deputados e 50 senadores, representando 58% dos assentos na Câmara e 61% do Senado. "A FPA trabalhará no Congresso Nacional para derrubar o veto presidencial", afirmou o grupo liderado pelo deputado Pedro Lupion (PP-PR).
A Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) também manifestou preocupação com a possibilidade de taxação dos fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro) e Imobiliários (FII’s). Essa bancada tem 207 deputados e 46 senadores, representando 40% da Câmara e 56% do Senado.
A expectativa é que o Planalto abra uma rodada de negociações com o Legislativo para evitar uma nova crise. Na mensagem presidencial sobre a análise da reforma tributária, Lula afirmou que tanto o Ministério da Fazenda quanto a Advocacia-Geral da União "manifestaram-se pelo veto" aos dispositivos.
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