ALERTA: Lula defende que nenhum presidente de outro país deve “dar palpite” sobre os rumos da Venezuela ou de Cuba,
- Luana Valente

- 17 de out.
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Em discurso realizado no Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), em Brasília, na quinta-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que nenhum presidente de outro país deve “dar palpite” sobre os rumos da Venezuela ou de Cuba, defendendo o princípio da autodeterminação dos povos. A declaração ocorre em meio à escalada de tensões entre os Estados Unidos e o governo venezuelano de Nicolás Maduro.
Durante o evento, Lula evitou mencionar diretamente o presidente norte-americano Donald Trump, mas suas palavras foram interpretadas como uma resposta às recentes ações do governo dos EUA. Na véspera, Trump confirmou ter autorizado a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas na Venezuela, com o objetivo de desestabilizar o regime chavista. A revelação gerou críticas internacionais por violar o direito internacional e a Carta das Nações Unidas.
Lula destacou que “o povo venezuelano é dono do seu destino” e que cabe exclusivamente aos cidadãos daquele país decidir sobre seu futuro político.
“O que defendemos é que o venezuelano é dono de seu destino e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou Cuba”, declarou.
A fala de Lula também se insere em um contexto mais amplo de críticas à atuação da ala de oposição ao governo e à comunicação da esquerda com setores religiosos. No mesmo discurso, o presidente mencionou a ascensão de líderes conservadores, como Jair Bolsonaro, e apontou falhas da esquerda em dialogar com o público evangélico, sugerindo a necessidade de adaptar o discurso para reconquistar apoio popular.
A posição do governo brasileiro sobre a Venezuela tem sido marcada por uma defesa da soberania nacional e pela rejeição a intervenções externas. Em ocasiões anteriores, o Brasil já havia manifestado preocupação com movimentações militares dos Estados Unidos nas águas do Caribe, interpretadas como uma ameaça à estabilidade regional.
No entanto, as Forças dos Estados Unidos têm enfrentado embarcações em águas internacionais nas proximidades da costa venezuelana, declarando que os navios estariam envolvidos com o tráfico internacional de drogas.
Em agosto, o presidente Donald Trump anunciou uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Nicolás Maduro, a quem acusa de comandar e participar de organizações ligadas ao narcotráfico.






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