Alfredo Gaspar denuncia ‘blindagem vergonhosa’ na CPMI e chama políticos de ‘safados’
- Luana Valente

- 11 de nov.
- 2 min de leitura

O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), deputado Alfredo Gaspar (União-AL), voltou a criticar duramente o andamento dos trabalhos da comissão. Durante sessão realizada na segunda-feira (10), Gaspar denunciou o que classificou como uma “blindagem vergonhosa” a investigados e não poupou palavras ao se referir a colegas parlamentares, chamando alguns de “safados” por, segundo ele, protegerem suspeitos de envolvimento em esquemas criminosos.
A declaração ocorreu durante a oitiva de Igor Dias Delecrode, ex-dirigente da Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionista (Aasap), que teve garantido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de permanecer em silêncio e de não prestar compromisso de dizer a verdade. Gaspar criticou a decisão do ministro Gilmar Mendes, afirmando que o STF estaria “blindando criminosos” e que Delecrode deveria estar preso. “Uma mente criminosa como a sua não pode estar à solta para continuar praticando crimes. Supremo, é uma vergonha ele estar solto”, disparou.
Além das críticas ao Judiciário, o relator também apontou resistência dentro da própria CPMI para convocar nomes considerados chave nas investigações. Segundo Gaspar, diversos depoentes foram “blindados” por apadrinhamentos políticos, o que estaria comprometendo o avanço das apurações. “Tentei trazer aqui Paulo Bodes, foi blindado. Tentei trazer Gustavo Gaspar, foi blindado. Tentei trazer Daniela Fontelle, foi blindada. Tentei trazer Frei Chico, foi blindado. Todos têm padrinhos políticos por trás. Falta coragem, falta vergonha”, afirmou o deputado.
Gaspar ainda acusou a comissão de proteger suspeitos que teriam recebido até R$ 10 milhões em propinas, e cobrou do STF a divulgação de registros de visitas do chamado “Careca do INSS” a gabinetes no Senado.
As declarações inflamadas do relator escancaram o clima de tensão e disputa política dentro da CPMI, que tem enfrentado dificuldades para avançar nas investigações sobre os desvios bilionários em benefícios previdenciários. A postura combativa de Gaspar tem gerado reações entre os membros da comissão, dividindo opiniões sobre os rumos e a imparcialidade dos trabalhos.
A CPMI do INSS foi instalada para apurar denúncias de fraudes em descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas, envolvendo entidades de fachada e servidores públicos. O colegiado tem prazo até o fim do ano para concluir os trabalhos e apresentar um relatório final com recomendações e possíveis indiciamentos.






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