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Almirante Almir Garnier nega ter colocado tropas à disposição de Bolsonaro em reunião no Alvorada

Gustavo Moreno/STF
Gustavo Moreno/STF

Brasília — Em depoimento prestado nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, negou veementemente ter colocado tropas da força à disposição do então presidente Jair Bolsonaro para apoiar uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.


Durante o interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal que investiga a suposta trama golpista, Garnier afirmou que nunca usou a expressão “colocar tropas à disposição” e classificou como “ilações” as acusações feitas por outros ex-comandantes das Forças Armadas. “Eu era comandante da Marinha, não assessor político do presidente. Me ative ao meu papel institucional”, declarou.


O almirante confirmou ter participado de uma reunião no Palácio da Alvorada em 7 de dezembro de 2022, na qual estiveram presentes os chefes das três Forças Armadas e o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Segundo ele, o encontro tratou de “preocupações com a segurança pública” e da possibilidade de decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), mas negou que tenha havido deliberações ou apresentação de uma minuta de decreto com teor golpista.


Garnier também afirmou que não recebeu nenhum documento físico durante a reunião, apenas viu uma apresentação em tela. “Quando o senhor fala minuta, eu penso em papel. Eu não recebi esse tipo de documento”, disse ao ministro Moraes.


A versão de Garnier contrasta com os depoimentos de Carlos Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, e Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército. Ambos afirmaram que Garnier teria sinalizado apoio ao plano de Bolsonaro, colocando as tropas da Marinha à disposição. Baptista Júnior reiterou essa versão ao STF, enquanto Freire Gomes recuou em relação ao que havia dito à Polícia Federal.


O interrogatório de Garnier faz parte da etapa final da ação penal que julga o chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe. Além de Garnier, também são réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros ex-integrantes do alto escalão do governo. O julgamento está previsto para ocorrer no segundo semestre de 2025.



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