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Bolsonaro tem 48 horas para explicar estadia na embaixada da Hungria, determina Moraes

Foto do escritor: Luana Valente Luana Valente

Bolsonaro ficou 48 horas na embaixada da Hungria; investigadores ainda afirmam ser cedo para se falar em plano de fuga



O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta segunda, 25 de março, o prazo de 48 horas para Jair Bolsonaro (PL; foto) explicar a sua estadia de dois dias na embaixada da Hungria em Brasília.


Como revelado por reportagem do New York Times desta segunda, 25 de março, Bolsonaro ficou 48 horas na embaixada da Hungria entre 12 e 14 de fevereiro.


Inquérito da PF


A Polícia Federal (PF) instaurou inquérito nesta segunda-feira, 25, para investigar por quais motivos o ex-presidente Jair Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria após a Operação Tempus Veritatis, deflagrada em 8 de fevereiro.


A informação foi divulgada pela Folha e confirmada por O Antagonista.


A operação da PF investigava uma trama para um suposto golpe de Estado no país. Como parte das investigações, o ministro Alexandre de Moraes do STF determinou a apreensão do passaporte de Jair Bolsonaro como medida restritiva justamente para ele não fugir do país.


“Não vou negar“


Após a divulgação das imagens, a defesa de Jair Bolsonaro confirmou que o ex-presidente esteve na embaixada, mas para tratar de assuntos de interesse nacional,


“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações. Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, afirmou a defesa do ex-presidente por meio de nota oficial.


Gravações


O New York Times diz ter analisado três dias de gravações, de segunda-feira, 12 de fevereiro, a quarta-feira, 14 de fevereiro. Durante esses dias, Bolsonaro teria sido discreto. O jornal americano destaca as relações entre Bolsonaro e Orban, a quem o ex-presidente brasileiro já chamou de “irmão”, e diz que a rotina da embaixada mudou durante a passagem de Bolsonaro.


“No dia 14 de fevereiro, os diplomatas húngaros contataram os funcionários brasileiros locais, que deveriam retornar ao trabalho no dia seguinte, instruindo-os a ficar em casa pelo resto da semana, segundo o funcionário da embaixada. Eles não explicaram o porquê, disse o funcionário”, diz o jornal.


Rotina


As imagens mostram também os funcionários da embaixada carregando roupas de cama e água. Na manhã seguinte à chegada de Bolsonaro, uma cafeteira também aparece sendo levada para o local onde ele estava.


O ex-presidente brasileiro pode ser visto deixando a embaixada à 16h14 de 14 de fevereiro. Onze dias depois, ele estava na avenida Paulista rodeado de aliados, numa reação à série de investigações de que se tornou alvo.



O Antagonista


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