Bolsonaro é levado às pressas ao hospital em Brasília após mal-estar; Flávio relata quadro crítico

Adriano Machado/REUTERS

Na tarde desta terça-feira (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi conduzido com urgência ao Hospital DF Star, em Brasília, após apresentar um quadro clínico preocupante. Segundo informações divulgadas por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o ex-mandatário sofreu uma crise intensa de soluços, vômitos e queda de pressão arterial, chegando a ficar momentaneamente sem conseguir respirar.

Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar desde agosto por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi autorizado a sair de casa por se tratar de uma emergência médica. A decisão judicial prevê que, em casos como este, não há necessidade de autorização prévia, mas exige que a condição médica seja comprovada em até 24 horas após o atendimento.

O episódio ocorre apenas dois dias após o ex-presidente ter visitado o mesmo hospital para realizar exames e um procedimento dermatológico. Na ocasião, os médicos identificaram um quadro de anemia por deficiência de ferro e resquícios de uma pneumonia recente por broncoaspiração.

Flávio Bolsonaro usou as redes sociais para pedir orações e relatou que o pai estava acompanhado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de policiais penais que fazem a vigilância da residência. “Presidente Bolsonaro sentiu-se mal há pouco, com crise forte de soluço, vômito e pressão baixa. Encaminhou-se ao DF Star acompanhado de policiais penais que vigiam sua casa, em Brasília, por se tratar de uma emergência. Peço a oração de todos para que não seja nada grave”, escreveu o senador.

O boletim médico divulgado após a internação confirmou os sintomas e indicou a necessidade de reposição de ferro intravenosa, além de cuidados com hipertensão arterial e refluxo gastroesofágico. A defesa de Bolsonaro já apresentou relatório médico ao STF, detalhando o quadro de pré-síncope e justificando a ida ao hospital sem autorização prévia.

Este é o primeiro deslocamento de Bolsonaro desde sua condenação pela Primeira Turma do STF, que o sentenciou a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes relacionados aos atos de 8 de janeiro.

A situação de saúde do ex-presidente impulsionou discussões sobre a viabilidade de sua permanência em regime domiciliar, diante das recorrentes complicações médicas que vêm sendo registradas desde o atentado à faca sofrido em 2018, cujas sequelas ainda impactam seu estado clínico.