top of page

Brasil rejeita proposta dos EUA para classificar PCC e CV como terroristas




Brasília — O governo brasileiro comunicou ao enviado da administração de Donald Trump que discorda da classificação das facções criminosas Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. A posição foi expressa durante uma reunião realizada nesta terça-feira (6) entre representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública e uma delegação norte-americana liderada por David Gamble, chefe interino da Coordenação de Sanções do Departamento de Estado dos EUA.


Segundo fontes do governo brasileiro, a legislação nacional não enquadra facções criminosas como terroristas, pois suas atividades não possuem motivação ideológica ou religiosa, mas sim econômica, voltada para o lucro por meio do tráfico de drogas e armas.


O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, reforçou que o Brasil não considera as facções organizações terroristas e que tem adotado políticas de combate ao crime organizado, incluindo o isolamento de líderes das facções em presídios federais e a atuação conjunta de polícias e Ministérios Públicos.


“Não consideramos as facções organizações terroristas. Em primeiro lugar, porque isso não se adequa ao nosso sistema legal, sendo que nossas facções não atuam em defesa de uma causa ou ideologia. Elas buscam o lucro através dos mais variados ilícitos”, declarou Sarrubbo à coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo


A delegação norte-americana argumentou que a designação como terroristas permitiria aos Estados Unidos aplicar sanções mais severas contra as facções, com base em sua legislação antiterrorismo. Gamble afirmou que o FBI já identificou a presença do PCC e do CV em 12 estados americanos, incluindo Nova York, Flórida e Nova Jersey, e que essas organizações utilizam o território dos EUA para lavagem de dinheiro.


O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) entregou à comitiva americana um dossiê elaborado pelas Secretarias de Segurança Pública do Rio de Janeiro e de São Paulo, que relaciona as atuações das facções ao terrorismo, citando possíveis vínculos com o Hezbollah. No entanto, o governo brasileiro manteve sua posição de não alterar a classificação das facções, enfatizando que o país já adota medidas rigorosas para combater o crime organizado.


A reunião ocorreu em meio a uma série de encontros entre autoridades brasileiras e americanas sobre segurança pública e cooperação internacional. A visita de Gamble ao Brasil também gerou especulações sobre possíveis sanções dos EUA contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.


Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating

Nome comercial: Café com Nota 

Endereço comercial: Tv. Djalma Dutra, SN - Bairro: Telégrafo.

E-mail: cafecomnota.jornalismo@gmail.com

©2021 por Café com Nota. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page