
Na quarta-feira (4), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, realizou uma entrevista coletiva na sede da corporação em Brasília. O evento, que reuniu cerca de 30 jornalistas, teve como principal tema a investigação sobre uma suposta trama golpista e um plano de assassinato de autoridades. No entanto, a Folha de S.Paulo foi o único dos principais veículos de comunicação do país a não ser convidado para a coletiva.
Questionado sobre os motivos da exclusão, Andrei Rodrigues se recusou a dar explicações, tanto por meio de sua assessoria quanto pessoalmente. "Vocês mandaram email lá, né [com pedido de posicionamento]? Não vou comentar", disse o diretor-geral ao ser abordado pela Folha após uma reunião do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) manifestou-se sobre o ocorrido, sugerindo que a exclusão da Folha poderia ser uma retaliação. Em suas redes sociais, Flávio compartilhou a matéria e criticou a decisão do diretor-geral da PF.
“Não quero crer que o dono da Polícia Federal tomou as dores de Alexandre de Moraes e está retaliando a Folha de S.Paulo pelas denúncias do seu complexo industrial de perseguição (…). Se pelo bem da democracia pode deixar Bolsonaro inelegível, que mal tem censurar a imprensa tradicional… vai ser só desta vez, confia! Minha solidariedade à imprensa e à democracia”, observou o senador.

A exclusão da Folha foi considerada incomum, especialmente porque o jornal costuma participar regularmente desse tipo de encontro, desde que os temas abordados sejam de interesse público. A coletiva abordou principalmente a investigação sobre a trama golpista no final do governo Jair Bolsonaro (PL), em 2022, que resultou no indiciamento de 37 pessoas, incluindo o ex-presidente.
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