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Contradição climática: permissão para exploração de petróleo na Amazônia abala imagem da COP30

A autorização para exploração de petróleo na Amazônia intensificou críticas à COP30, gerando preocupações sobre a coerência da agenda ambiental brasileira.


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Ricardo Stuckert



Belém (PA) — A recente autorização concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a Petrobras realizar estudos de exploração de petróleo na Margem Equatorial da Amazônia provocou uma onda de críticas à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para ocorrer em Belém entre os dias 6 e 21 de novembro.


Segundo levantamento realizado pela Quaest, entre os dias 15 e 21 de outubro, houve um aumento nas menções negativas à COP30 nas redes sociais, passando de 28% para 31%. Ao mesmo tempo, as postagens positivas sobre o evento caíram de 26% para 22%, enquanto as referências neutras se mantiveram em 47% .


A COP30, que será sediada pela primeira vez na Amazônia, tem como objetivo central discutir estratégias globais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. No entanto, a decisão de permitir estudos para exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas — considerada uma das áreas mais sensíveis do ponto de vista ambiental — foi vista por ambientalistas, acadêmicos e parte da sociedade civil como uma contradição direta aos propósitos do evento.


“O monitoramento da Quaest demonstra que foi interrompida a tendência de crescimento do sentimento positivo em relação à COP30 que observávamos nas últimas semanas”, afirmou o instituto em nota. A percepção pública sobre o evento foi impactada não apenas pela autorização à Petrobras, mas também pelo veto presidencial à Lei Geral do Licenciamento Ambiental, que havia sido aprovada pelo Congresso.


Especialistas alertam que a exploração de petróleo na Margem Equatorial pode representar riscos significativos à biodiversidade marinha e costeira, além de comprometer a imagem do Brasil como líder em pautas ambientais. A região abriga ecossistemas únicos e comunidades tradicionais que dependem diretamente dos recursos naturais para sua subsistência.


A polêmica reacendeu o debate sobre a transição energética no país e a necessidade de alinhar políticas internas com compromissos internacionais. Para muitos críticos, o aval à exploração petrolífera enfraquece a credibilidade do Brasil diante da comunidade global, especialmente em um momento em que o país busca protagonismo na agenda climática.


Enquanto o governo federal defende que os estudos são preliminares e seguem critérios técnicos rigorosos, organizações ambientais e movimentos sociais prometem intensificar a mobilização durante a COP30, exigindo maior transparência e compromisso com a preservação da Amazônia.


A conferência, que reunirá líderes mundiais, cientistas e representantes da sociedade civil, agora enfrenta o desafio de conciliar discursos e práticas, sob o olhar atento da opinião pública nacional e internacional.


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