CPMI do INSS solicita prisão preventiva de Milton Cavalo, presidente do Sindnapi, por obstrução de investigações
- Luana Valente

- 14 de out.
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) formalizou nesta terça-feira (14) um requerimento pedindo a prisão preventiva de Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). O pedido foi assinado pelo relator da comissão, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e será votado na próxima reunião do colegiado, marcada para quinta-feira (16).
Segundo o documento apresentado por Gaspar, há fortes indícios de que Milton Cavalo atuou para obstruir as investigações da CPMI, inclusive com possível destruição de provas. O relator também aponta risco de fuga do país, o que justificaria a necessidade da prisão preventiva. A comissão investiga um suposto esquema de desvio de recursos previdenciários que teria ocorrido entre 2015 e 2025, envolvendo bilhões de reais destinados a aposentados e pensionistas.
Durante depoimento à CPMI na semana passada, Milton Cavalo permaneceu em silêncio, amparado por habeas corpus. O relator afirma que há evidências de que o dirigente sindical inviabilizou o rastreamento de recursos desviados, além de ter destinado verbas do sindicato para empresas ligadas a familiares de dirigentes da entidade. Também foi revelada a existência de uma empresa offshore registrada em Delaware, nos Estados Unidos, supostamente vinculada ao presidente do Sindnapi.
Outro ponto que intensifica o caso é a ligação do Sindnapi com José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ocupa o cargo de vice-presidente da entidade. Embora Milton Cavalo tenha negado qualquer envolvimento administrativo de Frei Chico, o vínculo familiar e político tem gerado repercussões no meio político e na imprensa.
O pedido de prisão será encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso seja aprovado pela CPMI. A decisão poderá representar um marco nas investigações sobre fraudes previdenciárias e uso indevido de recursos públicos por entidades sindicais.






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