Crise na Funtelpa: com 60% dos servidores abaixo do salário mínimo, fundação mobiliza Belém por valorização

As manifestações contra o desmonte das emissoras Cultura do Pará foram em frente ao teatro Waldemar Henrique, na praça da República, em dezembro de 2024

A Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), responsável por veículos como a TV Cultura do Pará, Rádio Cultura FM e o Portal Cultura, enfrenta uma crise sem precedentes. De acordo com levantamento recente, 59,1% dos servidores da instituição recebem salários-base inferiores ao salário mínimo vigente, atualmente fixado em R$ 1.518,00.

A situação gerou uma onda de mobilizações em Belém. Servidores, sindicatos e apoiadores lançaram a campanha #PCCRdaFuntelpaJá, exigindo a aprovação imediata do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), que tramita há anos sem desfecho. A proposta, segundo os trabalhadores, é essencial para corrigir distorções salariais históricas e garantir dignidade aos profissionais da comunicação pública.

A mobilização ganhou força após a vitória contra o Projeto de Lei 701/2024, que previa a extinção da Funtelpa. Agora, o foco se volta à valorização interna. Em assembleia conjunta dos sindicatos de jornalistas (Sinjor-PA) e radialistas (STERT-PA), foi aprovada uma série de ações públicas, incluindo manifestações e um abaixo-assinado online.

Apesar de representar apenas 0,06% do orçamento estadual de R$ 48,6 bilhões, a Funtelpa é considerada estratégica para a cultura e a informação no Pará. Seus profissionais atuam na cobertura de eventos como a COP30, que ocorrerá este ano em Belém, além de manterem programas históricos como a “Feira do Som” e o “Clube do Samba”.

A expectativa agora recai ao Executivo estadual para que envie o PCCR à Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) ainda neste semestre. Enquanto isso, a campanha segue mobilizando a sociedade paraense em defesa da comunicação pública e da valorização de seus trabalhadores.