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Crise nos Correios: prejuízo triplica e alcança R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025



Marcelo Camargo
Marcelo Camargo

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) registrou um prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025, segundo balanço divulgado pela estatal na última sexta-feira (5). O resultado representa um aumento de 222% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o déficit foi de R$ 1,35 bilhão.


A deterioração financeira da empresa é atribuída a uma combinação de fatores. A receita líquida caiu de R$ 9,28 bilhões em 2024 para R$ 8,18 bilhões em 2025. Ao mesmo tempo, as despesas administrativas dispararam, passando de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,4 bilhões. As despesas financeiras também cresceram exponencialmente, saltando de R$ 3 milhões para R$ 673 milhões.


Um dos principais fatores apontados para a retração é a chamada “taxa das blusinhas”, que entrou em vigor em agosto de 2024 e impõe 20% de imposto sobre compras internacionais de até US$ 50. A medida teria provocado uma queda de 61,3% na receita com encomendas internacionais, que despencou de R$ 2,1 bilhões para R$ 815 milhões.


Além da retração no segmento internacional, os Correios enfrentam crescente concorrência no setor de entregas. A estatal perdeu espaço em mercados mais lucrativos, mas continua responsável pela universalização dos serviços postais, o que inclui atendimento em áreas remotas e de baixa atratividade comercial.


Para enfrentar a crise, a empresa anunciou um plano de contingência que inclui corte de custos, diversificação de serviços e entrada no setor de e-commerce com a criação de um marketplace próprio. Também foi autorizada uma linha de crédito de R$ 4 bilhões junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), do bloco dos Brics, com prazo de 240 meses e carência de 60 meses.


O presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, chegou a entregar sua carta de demissão em julho, mas permanece no cargo a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma situação inédita para a companhia.


Mesmo diante deste cenário, a estatal tem a perspectiva de economizar até R$ 1,5 bilhão ainda em 2025, com destaque para o Plano de Desligamento Voluntário (PDV), que pode gerar uma economia anual de R$ 1 bilhão.



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