Tarcísio pressiona por anistia e critica STF em ato na Avenida Paulista

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Em um dos atos políticos mais contundentes do ano, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), protagonizou neste domingo um discurso inflamado na Avenida Paulista, durante manifestação bolsonarista que reuniu cerca de 42 mil pessoas segundo estimativas da organização. O evento, batizado de “Reaja Brasil”, teve como principal pauta a defesa de uma “anistia ampla e irrestrita” para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar.

Tarcísio, cotado como possível candidato à presidência em 2026, elevou o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes, relator dos processos relacionados aos ataques às instituições. “Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”, declarou o governador, arrancando gritos de “fora, Moraes” da multidão.

O governador também fez um apelo direto ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), exigindo que o projeto de anistia seja pautado imediatamente. “Presidente de casa nenhuma pode conter a vontade de mais de 350 parlamentares. Trazer a anistia para a pauta é trazer justiça e resgatar o país”, afirmou Tarcísio.

Durante o discurso, Tarcísio questionou a legalidade e a imparcialidade do julgamento de Bolsonaro no STF, alegando ausência de provas concretas e criticando a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, que teria mudado sua versão diversas vezes sob coação. “Não existe documento, não existe ordem. Como vão condenar uma pessoa sem nenhuma prova?”, indagou.

O governador também traçou um paralelo com a Lei da Anistia de 1979, que beneficiou militantes da ditadura militar e, segundo ele, permitiu a existência de partidos como o PT. “Os mesmos que gritam ‘sem anistia’ agora foram os que se beneficiaram dela antes”, disse.

O ato marca uma intensificação da articulação política da direita em torno da reabilitação eleitoral de Bolsonaro, que está inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Nos bastidores, Tarcísio tem se movimentado como principal articulador da proposta de anistia no Congresso, tendo se reunido com Hugo Motta em Brasília na última semana.

A manifestação também contou com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia, ambos com discursos emocionados em defesa do ex-presidente. A pressão sobre o Congresso deve se intensificar nos próximos dias, com o julgamento de Bolsonaro no STF previsto para ser concluído ainda esta semana.