Crise política: União Brasil decide deixar governo Lula e ameaça expulsar ministro

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O União Brasil anunciou que deixará oficialmente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em setembro. A decisão foi tomada pela cúpula da legenda após uma série de críticas públicas feitas por seu presidente, Antônio Rueda, ao desempenho da gestão petista.

Durante um evento da XP Investimentos, Rueda acusou o governo Lula de falta de “coragem” e “seriedade”, afirmando que o terceiro mandato do presidente não tem conseguido entregar resultados concretos à sociedade. Ele também responsabilizou Lula pelo tarifaço imposto por Donald Trump, criticando a ausência de diálogo direto com o governo norte-americano.

A saída do União Brasil implica na devolução de dois ministérios atualmente ocupados por indicações do partido: o Ministério do Turismo, comandado por Celso Sabino, e o Ministério das Comunicações, liderado por Frederico Siqueira. Sabino, único filiado à legenda entre os três ministros indicados, será expulso do partido caso decida permanecer no cargo como cota pessoal de Lula.

Waldez Góes, ministro da Integração Nacional, não será afetado pela decisão, já que sua indicação é atribuída ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também do União Brasil, mas com autonomia política dentro da sigla.

Impacto no Congresso

Com 59 deputados federais, o União Brasil representa a terceira maior bancada da Câmara. Sua saída da base governista pode dificultar ainda mais a aprovação de projetos estratégicos para o governo Lula, especialmente em um cenário de articulação política já fragilizada.

A ruptura também sinaliza o posicionamento do partido para as eleições presidenciais de 2026. Desde abril, o União Brasil formou uma federação com o PP, obrigando ambos a apoiarem o mesmo candidato ao Planalto. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, já reafirmou sua pré-candidatura e confirmou que a sigla terá candidatura própria, encerrando qualquer possibilidade de apoio à reeleição de Lula.

Próximos passos

O presidente Lula convocou os ministros ligados ao União Brasil para uma reunião no Palácio do Planalto, buscando entender suas posições individuais. Apesar da pressão, não foi possível chegar a um consenso a favor do atual governo. Uma nova rodada de negociações está prevista para agosto, com a presença de líderes da sigla e do próprio Rueda.