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Crusoé: Os arquivos da discórdia

Foto do escritor: Luana Valente Luana Valente

Por que as informações reveladas em mensagens dos advogados do Twitter não podem ser ignoradas



O jornalista americano Michael Shellenberger publicou 24 mensagens na rede social X, antigo Twitter, na quarta, 3 de abril, com o título: “Twitter Files – Brazil”. Nelas, ele mostra, com prints de tela, diversos e-mails trocados entre os advogados da empresa no Brasil e na sede em São Francisco, na Califórnia. No dia seguinte, os jornalistas Eli Vieira e David Ágape publicaram uma reportagem na Gazeta do Povo com o mesmo material. O assunto explodiu no sábado, 6, quando o bilionário Elon Musk comentou uma patética mensagem do ministro do Supremo Tribunal Federal, STF, Alexandre de Moraes, publicada em janeiro. Nela, Moraes chamava seu ex-colega na Corte, Ricardo Lewandowski, de “magistrado exemplar” e “brilhante jurista”. “Por que você está determinando tanta censura no Brasil?”, questionou Musk, em uma única linha. Nas horas e dias que se seguiram, o bilionário foi incluído em um inquérito do STF, foi chamado de “mimado” por jornalistas e trocou farpas com o presidente Lula, enquanto os jornalistas que divulgaram os arquivos foram atacados e o conteúdo das mensagens, deixado de lado.


Apesar de toda a discussão histérica da semana, os e-mails que os jornalistas revelaram são de enorme valia ao mostrar como o direito à privacidade e a liberdade de expressão estão sendo tratados no Brasil. E foi exatamente por esse motivo que os jornalistas que expuseram essa realidade foram tão trucidados por magistrados, por políticos e por boa parte da imprensa.


Uma figura-chave para entender a trama é o jornalista americano Michael Shellenberger, que ganhou milhares de seguidores brasileiros em 2019, quando questionou os equívocos de celebridades como Leonardo DiCaprio e Madonna sobre as queimadas na Amazônia (leia a entrevista O ambientalista atômico na Crusoé). Hoje com 52 anos, Shellenberger desenvolveu um laço forte com o Brasil. Nos anos 1990, ele veio para o Maranhão com o objetivo de estudar um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, o MST. A partir dessa experiência, ele começou a questionar alguns dos dogmas da esquerda que trazia consigo.



O Antagonista


 
 
 

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