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Cuidado para não cair no jogo do Lulinha

Foto do escritor: Luana Valente Luana Valente

Além do "jogo do Tigrinho", há outra promessa de ganhos fáceis na praça. Acreditar em Lula é um jogo de azar para o Brasil inteiro

IA por Rodolfo Borges (Dall-E)

O “jogo do Tigrinho” tem roubado a paz de famílias e mobilizado autoridades policiais pelo Brasil, com suas promessas de ganhos fáceis. Mas há um outro truque na praça, para o qual uma pesquisa Genial/Quaest chamou a atenção nesta semana, e que tem um potencial muito mais prejudicial para o país.


A pesquisa sugere que mais da metade dos brasileiros (53%) não identificam as declarações irresponsáveis de Lula como a principal razão para a disparada do dólar — há outras razões, naturalmente, mas o fato é que a moeda americana se acalmou depois de Lula ser instruído pelos próprios subordinados a virar o disco e falar em “responsabilidade fiscal”.


Opiniões de Lula”


Ainda segundo a pesquisa, 90% da população considera que o “salário mínimo deve ser aumentado todo ano acima da inflação”, 87% dizem que os “juros no Brasil são muito altos”, 83% gostariam que “carnes consumidas pelos mais pobres deveriam ter isenção de imposto” e 67% acham que “o governo não deve satisfação ao mercado, mas aos mais pobres”.


Todas essas afirmações foram apresentadas como as “opiniões de Lula” manifestadas em entrevistas recentes. Ou seja, a julgar por esses números, grande parte do Brasil estaria de acordo com o petista. Mas obviamente as questões são muito mais complexas do que o apresentado.


Claro que ninguém gosta de perder poder de compra para a inflação, mas isso não é uma questão de vontade, assim como todas as outras questões apresentadas. Aliás, a mesma pesquisa expôs que 75% dos brasileiros sabem que “a alta do dólar vai afetar os preços dos alimentos/combustíveis no Brasil”.


Dólar


Foi pelo medo dos efeitos da escalada do dólar que o petista prometeu uma política econômica “sem causar sobressaltos” logo após ter causado uma série de sobressaltos à economia brasileira com suas declarações irresponsáveis contra o presidente do Banco Central e seus questionamentos sobre a necessidade de controlar os gastos do governo.


Quem constata que os “juros no Brasil são muito altos” não pode desconsiderar que Lula dificultou a redução da taxa básica ao longo de todo o governo, com pressões públicas sobre Roberto Campos Neto.


Quem considera que “carnes consumidas pelos mais pobres deveriam ter isenção de imposto” deve se perguntar se a picanha prometida pelo presidente ao longo da campanha entra nesse grupo, e não apenas aplaudir seu discurso.


Jogo de azar


Sobre a afirmação “o governo não deve satisfação ao mercado, mas aos mais pobres”, é preciso questionar antes de tudo o que isso quer dizer. Lula não teria dado “satisfação ao mercado” ao prometer responsabilidade fiscal? E o que seria dar satisfação aos mais pobres? Prometer o que não tem como entregar?


É nesse terreno do discurso fácil e da confusão que Lula tenta recuperar a popularidade que perdeu ao longo de um governo que pouco tem para mostrar, em sua aparente missão de recuperar por linhas tortas o pior do espírito das gestões passadas. Acreditar em Lula é um jogo de azar para o país inteiro.




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