Dez anos após a Lava Jato, empresas envolvidas retornam às licitações da Petrobras
- Luana Valente
- 15 de dez. de 2024
- 2 min de leitura

A Operação Lava Jato completa uma década desde sua deflagração, marcando um período de profundas transformações no setor de infraestrutura e construção pesada no Brasil. A operação, que revelou esquemas de corrupção envolvendo grandes empreiteiras e a Petrobras, resultou em significativas mudanças nas práticas de mercado e na governança corporativa.
Nos últimos anos, empresas como Andrade Gutierrez e Novonor (antiga Odebrecht) passaram por processos de reestruturação e renegociação de acordos de leniência. E mesmo após enfrentarem um período de proibição devido às condenações por corrupção, essas companhias estão novamente aptas a participarem de licitações públicas, e inclusive, em julho de 2023, foram reabilitadas para disputar contratos com a Petrobras.
Recentemente, essas empresas se destacaram no leilão para a retomada das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, um dos principais casos investigados pela Lava Jato. A Andrade Gutierrez e a Novonor venceram licitações bilionárias para a expansão da refinaria.
A reabilitação dessas empresas representa um retrocesso significativo no setor, uma vez que elas estão em processo de recuperação e tentativa de reposicionamento no mercado. A Petrobras, por sua vez, reforça a importância de programas robustos de compliance e transparência para evitar novos casos de corrupção.
No entanto, o retorno dessas empreiteiras às licitações públicas não está isento de críticas. Interlocutores apontam que, apesar das mudanças implementadas, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir que práticas corruptas não se repitam. Vele frisar que a retomada dessas empresas também levantam questões sobre a eficácia das punições e a real transformação das culturas corporativas envolvidas.
Em suma, a sociedade brasileira observa com cautela e ceticismo, esperando que as lições aprendidas com a Lava Jato não sejam esquecidas e que a integridade e a transparência prevaleçam nas futuras relações entre o setor público e privado.
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