Direita domina primeiro turno no Chile

Com 70,1% dos votos, campo conservador impõe derrota à esquerda e prepara disputa entre Kast e Jara

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No primeiro turno das eleições presidenciais no Chile, realizado neste domingo, a direita conquistou uma ampla maioria, somando 70,1% dos votos válidos. O resultado impôs uma derrota significativa à esquerda e abriu caminho para um segundo turno polarizado entre José Antonio Kast, líder da direita ultraconservadora, e Jeannette Jara, candidata do Partido Comunista apoiada pelo presidente Gabriel Boric.

Com quase 100% das urnas apuradas, Jeannette Jara terminou em primeiro lugar com cerca de 26,8% dos votos, seguida por José Antonio Kast, que obteve 23,9%. Apesar da vantagem inicial da candidata comunista, a soma dos votos dos demais candidatos de direita e centro-direita — Franco Parisi, Johannes Kaiser e Evelyn Matthei — consolidou a hegemonia conservadora no pleito.

A fragmentação interna da direita impediu uma vitória direta de Kast no primeiro turno, mas evidenciou a força do campo político conservador. Franco Parisi conquistou 19,5%, Johannes Kaiser ficou com 13,9% e Evelyn Matthei alcançou 12%, números que reforçam a predominância da direita no cenário eleitoral chileno.

Do lado da esquerda, Jeannette Jara enfrenta agora o desafio de ampliar sua base de apoio. Ex-ministra do Trabalho, ela representa a ala mais radical do espectro político e aposta em políticas sociais e trabalhistas. No entanto, pesquisas anteriores já indicavam que, em um eventual segundo turno, Kast teria vantagem sobre sua candidatura.

Os principais temas da campanha foram segurança pública e imigração irregular, pautas que favoreceram o discurso da direita e ampliaram a percepção de Kast como representante de uma resposta dura contra a criminalidade. Jara, por sua vez, defende a continuidade das políticas sociais do governo Boric, mas enfrenta resistência em um eleitorado que demonstrou clara inclinação conservadora.

O segundo turno está marcado para 14 de dezembro e promete uma disputa acirrada entre dois projetos antagônicos: José Antonio Kast, com sua agenda ultraconservadora e foco em segurança, e Jeannette Jara, que busca manter a linha progressista do atual governo. O resultado do primeiro turno, no entanto, já deixou evidente a hegemonia da direita e o desafio da esquerda em reverter um cenário desfavorável.