Maior porta-aviões dos EUA entra no Caribe e aumenta tensão na região

Almirante afirma que missão busca combater “ameaças transnacionais”, mas presença militar amplia pressão sobre a Venezuela

@NAVSOUS4THFLT

O maior porta-aviões dos Estados Unidos, o USS Gerald R. Ford, entrou neste domingo (16) no mar do Caribe, acompanhado por destróieres e aeronaves de ataque. A movimentação faz parte da Operação “Lança do Sul”, lançada pelo governo norte-americano com o objetivo declarado de enfrentar o narcotráfico e organizações criminosas transnacionais. A chegada da embarcação, considerada a mais avançada da frota naval dos EUA, intensificou a tensão política na região, especialmente com a Venezuela.

De acordo com a Marinha norte-americana, o deslocamento do Gerald Ford busca “combater as ameaças transnacionais que desestabilizam a região”. A operação já havia realizado cerca de 20 ataques contra embarcações suspeitas desde setembro, resultando em dezenas de mortes. Washington sustenta que os alvos estavam ligados ao narcotráfico, mas críticos apontam a falta de evidências concretas e questionam a real motivação da ofensiva.

A presença do porta-aviões, acompanhado por três destróieres e reforçada por sobrevoos de bombardeiros estratégicos, representa não apenas uma ação contra o crime organizado, mas também uma demonstração de força militar. Analistas destacam que o envio de uma embarcação de última geração para o Caribe amplia a pressão sobre o governo de Nicolás Maduro e reforça a percepção de que os Estados Unidos estão dispostos a usar poder militar para consolidar sua influência na região.

Com quase uma dezena de navios e cerca de 12 mil militares mobilizados, a operação marca uma das maiores demonstrações de presença militar norte-americana no Caribe em anos. Enquanto Washington insiste na narrativa de combate ao narcotráfico, governos e observadores internacionais avaliam que a iniciativa pode ter desdobramentos geopolíticos mais amplos, aumentando o risco de instabilidade em uma área já marcada por disputas estratégicas.