Em entrevista, perito Eduardo Tagliaferro acusa ministro Ricardo Lewandowski de tentar silenciar denúncias sobre eleições de 2022
- Luana Valente

- 9 de out.
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O perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fez duras críticas ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, durante participação no programa Pleno Time, transmitido nesta quarta-feira, 8. Tagliaferro afirmou que Lewandowski demonstra uma “sede de calar” opositores e estaria agindo com urgência para acelerar processos de extradição, incluindo o seu próprio.
Segundo Tagliaferro, o pedido de extradição feito por Lewandowski é parte de uma estratégia para impedir que informações sobre supostas irregularidades nas eleições presidenciais de 2022 venham à tona. Ele relembrou que, à época, Lewandowski ocupava a vice-presidência do TSE, enquanto Alexandre de Moraes presidia a Corte. “Se o crime aconteceu, se as eleições aconteceram, ambos são responsáveis”, declarou o perito, sugerindo que os dois sabiam e participaram das decisões que, segundo ele, violaram normas legais.
Tagliaferro também criticou a atuação de Lewandowski como ministro da Justiça, alegando que o magistrado envia “diversos pedidos com urgência” não apenas relacionados ao seu caso, mas também envolvendo outras figuras públicas, como a deputada Carla Zambelli. “A sede de calar, o medo de que tudo seja revelado”, afirmou o perito, insinuando que há uma tentativa coordenada de censura por parte de autoridades brasileiras.
Durante a entrevista, Tagliaferro traçou uma linha do tempo dos acontecimentos que, segundo ele, evidenciam um “aparelhamento do Estado” e uma estratégia para controlar narrativas políticas. Ele mencionou que já apresentou suas denúncias ao Senado, à Câmara dos Deputados, ao Judiciário e até a autoridades nos Estados Unidos, reforçando sua intenção de internacionalizar o debate sobre o que considera violações de direitos humanos e práticas autoritárias no Brasil.
As declarações de Tagliaferro ocorrem em meio a um cenário político polarizado, onde acusações de censura e perseguição judicial têm sido tema recorrente entre opositores do governo. Lewandowski, por sua vez, ainda não se pronunciou publicamente sobre as acusações feitas pelo perito.






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