EUA cancelam visto da presidente do PSOL
- Luana Valente

- 27 de set.
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O governo dos Estados Unidos cancelou o visto da presidente nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Paula Coradi, em uma decisão que gerou forte reação política no Brasil. A medida foi comunicada oficialmente pelo consulado norte-americano na sexta-feira (26), após um aviso prévio enviado na segunda-feira (22), alegando que “informações obtidas” tornariam Coradi inelegível para entrar no país.
Segundo o consulado, o cancelamento foi fundamentado na seção 221(i) da Lei de Imigração e Nacionalidade dos EUA, que permite a revogação de vistos mesmo após sua emissão. A dirigente teve três dias úteis para apresentar explicações, mas, apesar da resposta enviada na quinta-feira (25), o consulado manteve a decisão.
Coradi havia solicitado um novo visto após o extravio de seu passaporte anterior, que continha uma autorização válida emitida em 2018. A nova solicitação foi feita em preparação para uma viagem a Chicago, onde participaria de um evento com lideranças de esquerda norte-americanas.
Em nota oficial e em publicações nas redes sociais, Paula Coradi classificou o episódio como uma “retaliação política” do governo do presidente Donald Trump à atuação do PSOL em defesa da soberania brasileira. “Se pensam que vão nos intimidar com essas medidas tacanhas, esses fascistas estão muito enganados”, escreveu a dirigente no X (antigo Twitter).
Parlamentares da legenda, como Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Talíria Petroni (PSOL-RJ), manifestaram apoio à presidente e criticaram o governo norte-americano. “O PSOL não aceita intimidação. O Brasil não aceita intimidação”, declarou Boulos.
O cancelamento do visto de Coradi ocorre em meio a uma escalada de tensões diplomáticas entre Washington e Brasília. Na mesma semana, outras autoridades brasileiras também tiveram seus vistos revogados, incluindo o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, e Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Até o momento, a embaixada dos Estados Unidos no Brasil não se pronunciou oficialmente sobre os motivos específicos da revogação.






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