EUA recusam contato com embaixadora brasileira; entenda
- Luana Valente
- 20 de jul.
- 2 min de leitura

O Departamento de Estado norte-americano recusou o contato solicitado pela embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti. A negativa ocorreu após a revogação do visto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e de seus aliados, medida que gerou forte reação do governo brasileiro.
Segundo apuração da CNN Brasil, Viotti buscou estabelecer diálogo com autoridades americanas, mas recebeu como resposta a expressão “too late” (“tarde demais”), sinalizando insatisfação com o que os EUA consideram uma falta de empenho do Brasil em manter canais diplomáticos desde o início do ano. O Itamaraty, por sua vez, contesta essa versão e afirma ter feito diversas tentativas de contato, incluindo o envio de uma carta formal em 16 de maio, que não teria sido respondida.
A recusa ao contato diplomático ocorre em um contexto de deterioração das relações bilaterais. Além da revogação de vistos, o governo Trump anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto. Há também relatos de que os EUA aceleraram o processo de concessão de residência permanente ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, o que reforça a percepção de alinhamento entre setores conservadores dos dois países.
Fontes diplomáticas alertam para possíveis sanções adicionais, como o congelamento de ativos de autoridades brasileiras em solo americano e restrições a instituições financeiras que mantenham negócios com elas.
A crise atual é vista por analistas como reflexo da aproximação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente Donald Trump, em contraste com a postura crítica adotada pelo governo Lula. A recusa ao contato com a embaixadora representa um gesto diplomático incomum e sinaliza o enfraquecimento dos canais tradicionais de diálogo entre os dois países.
A embaixadora Maria Luiza Viotti, diplomata de carreira e primeira mulher a ocupar o posto em Washington, permanece no centro das discussões sobre os próximos passos da diplomacia brasileira diante da crise.
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