Zema critica decisões do STF e acusa “abuso de poder”

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), provocou forte repercussão política ao se manifestar publicamente contra as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em declarações feitas nas redes sociais nesta sexta-feira (18), Zema classificou as decisões como um “novo absurdo” e afirmou que o Brasil “virou um tribunal de exceção”.

Entre as medidas determinadas por Moraes estão o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar noturno, a proibição de contato com outros investigados — incluindo o próprio filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) — e o bloqueio das redes sociais do ex-presidente. Bolsonaro também está impedido de se comunicar com embaixadores e diplomatas estrangeiros.

Zema reagiu com veemência: “Impedir um pai de família de falar com o próprio filho, censurar as redes sociais dele, isso não é justiça. É, sim, abuso de poder”. O governador mineiro, que é cotado como pré-candidato à presidência em 2026, afirmou que o sistema judicial está sendo usado para “calar opositores e intimidar quem pensa diferente”.

A defesa de Bolsonaro classificou as medidas como “severas” e disse ter recebido a decisão com “surpresa e indignação”. A operação da Polícia Federal que culminou nas restrições foi autorizada com base em investigações sobre supostos crimes como golpe de Estado, organização criminosa e deterioração de patrimônio público.

A fala de Zema se soma a manifestações de outros governadores aliados de Bolsonaro, como Tarcísio de Freitas (SP) e Jorginho Mello (SC), que também criticaram a decisão do STF e apontaram perseguição política.