Ex-chefe da inteligência de Chávez afirma que ditadura venezuelana financiou Lula e admite envolvimento com narcotráfico
- Luana Valente

- 17 de out.
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O ex-general venezuelano Hugo Armando Carvajal, conhecido como “El Pollo”, revelou em depoimento ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos que a ditadura chavista financiou ilegalmente o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e outros líderes de esquerda na América Latina e Europa. Carvajal também admitiu participação em esquemas de narcotráfico e narcoterrorismo, o que intensificou sua condição de réu nos EUA.
As declarações fazem parte de um acordo de colaboração que Carvajal firmou com a Justiça norte-americana após sua extradição da Espanha em 2023.
Carvajal, que foi chefe da inteligência militar durante os governos de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, declarou que por mais de 15 anos o regime venezuelano utilizou recursos da petroleira estatal PDVSA para financiar partidos e líderes alinhados ideologicamente. Entre os beneficiados, segundo ele, estão Lula (PT), Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Ollanta Humala (Peru) e Manuel Zelaya (Honduras).
A legislação brasileira proíbe o financiamento político por entidades estrangeiras, o que torna a denúncia especialmente grave. A revelação ganhou destaque internacional após o presidente argentino Javier Milei compartilhar em suas redes sociais uma reportagem do site UHN Plus que detalha os depoimentos de Carvajal.
Além das acusações de financiamento político ilegal, Carvajal admitiu envolvimento direto com redes de narcotráfico e narcoterrorismo, o que inclui o uso de estruturas estatais para facilitar o transporte de entorpecentes e o financiamento de grupos armados. Essas atividades teriam ocorrido paralelamente às operações de apoio político internacional promovidas pelo regime chavista.
As declarações de Carvajal reacendem debates sobre a influência da Venezuela em governos latino-americanos e sobre a legalidade de financiamentos políticos transnacionais. No Brasil, a denúncia pode gerar investigações sobre eventuais repasses ilegais ao Partido dos Trabalhadores, embora até o momento não haja confirmação oficial de abertura de inquérito.
O caso também levanta questões sobre a segurança institucional da Venezuela e o uso de suas estruturas estatais para fins ilícitos. A credibilidade de Carvajal, embora contestada por aliados do chavismo, é reforçada pelo interesse das autoridades norte-americanas em sua extradição. Ele ainda se comprometeu em apresentar documentos que comprovariam o esquema.






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