Ex-deputado Wlad Costa é condenado à prisão por violência política de gênero

Wilson Dias/Agência Brasil

A Justiça Eleitoral do Pará condenou o ex-deputado federal Wladimir Costa a 12 anos de prisão por uma série de crimes, incluindo violência política de gênero, perseguição política, violência psicológica contra mulher, extorsão, injúria e difamação majorada. A sentença foi proferida pela juíza Andrea Ferreira Bispo e inclui a negação do direito de recorrer em liberdade:

O caso envolve a deputada federal Renilce Nicodemos (MDB-PA), que foi alvo de ameaças, xingamentos e incitação ao crime nas redes sociais e em rádios onde Costa trabalhava como âncora. Segundo a denúncia do Ministério Público, a relação entre os dois começou de forma amistosa, mas deteriorou-se após a eleição de Renilce em 2018, quando Costa passou a fazer exigências financeiras sob ameaça de difamação pública.

A investigação revelou que Costa utilizou diversos meios para perseguir a deputada, incluindo a criação de músicas ofensivas, a colocação de faixas difamatórias nas ruas de Belém e a contratação de carros de som para proferir insultos. Em transmissões ao vivo na internet, ele chegou a incitar seus seguidores a cometerem atos de violência contra Renilce.

Wladimir Costa, que já havia sido preso preventivamente em abril deste ano, foi detido no Aeroporto Internacional de Belém ao retornar de um voo. Desde então, ele permanece no sistema prisional do estado, com a defesa alegando que a pena é excessiva e que irá recorrer da decisão.

O ex-deputado ficou conhecido nacionalmente em 2017, quando tatuou o nome do então presidente Michel Temer no ombro, um gesto que gerou ampla repercussão na mídia.

A condenação de Costa marca um importante precedente na luta contra a violência política de gênero no Brasil, destacando a necessidade de proteger as mulheres no exercício de suas funções públicas.