Ex-diretor da Polícia Federal na gestão Lula é preso em operação contra corrupção ambiental
- Luana Valente

- 18 de set.
- 2 min de leitura

O delegado Rodrigo de Melo Teixeira, ex-diretor da Polícia Federal (PF) durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi preso nesta quarta-feira (17) em uma operação da própria corporação que investiga um esquema bilionário de corrupção envolvendo órgãos ambientais e empresas do setor de mineração.
A ação, batizada de Operação Rejeito, cumpriu 22 mandados de prisão e 79 de busca e apreensão em Minas Gerais e outras localidades. Além de Teixeira, outras 17 pessoas foram detidas, incluindo o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho.
Segundo a Polícia Federal, o grupo criminoso atuava para fraudar licenças ambientais e autorizações de exploração mineral, utilizando empresas de fachada e corrompendo servidores públicos. Estima-se que o esquema tenha gerado lucros indevidos superiores a R$ 1,5 bilhão, com potencial de movimentar mais de R$ 18 bilhões em projetos futuros.
Rodrigo Teixeira, natural de Barbacena (MG), ingressou na PF em 1999 e ocupou cargos de destaque, como superintendente da corporação em Minas Gerais e diretor de Polícia Administrativa. Ele também foi membro do Comitê de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Petrobras, indicado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
As investigações apontam que Teixeira mantinha vínculos societários ocultos com empresários do setor de mineração, entre eles Alan Cavalcante do Nascimento, considerado o líder do grupo criminoso. O delegado teria usado sua posição na PF para influenciar investigações e favorecer interesses comerciais próprios.
A operação foi realizada em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal e a Receita Federal. A Justiça determinou o afastamento de servidores públicos envolvidos e o bloqueio de bens dos investigados.
A defesa de Rodrigo Teixeira ainda não se pronunciou sobre o caso. A PF afirma que a operação visa desmantelar uma organização criminosa que atuava para neutralizar a ação do Estado, dificultando investigações e monitorando autoridades.






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