Ex-funcionário do Tesouro dos EUA acusa Venezuela de financiar campanhas políticas com dinheiro ilícito, incluindo no Brasil
- Luana Valente

- 23 de out.
- 2 min de leitura

Em audiência realizada no Comitê do Senado dos Estados Unidos sobre Controle Internacional de Narcóticos, o ex-secretário assistente para o Financiamento do Terrorismo do Departamento do Tesouro norte-americano, Marshall Billingslea, fez uma declaração contundente: segundo ele, o regime venezuelano de Nicolás Maduro teria utilizado recursos ilícitos para financiar campanhas políticas de esquerda em diversos países da América Latina, incluindo o Brasil.
Durante o depoimento, ocorrido na terça-feira, 21, Billingslea afirmou que a Venezuela se transformou em um “centro de articulação política regional”, canalizando dinheiro sujo para apoiar candidatos alinhados ideologicamente com o chavismo. “O regime que espalhou o socialismo na América Latina é o venezuelano. É o dinheiro sujo e corrupto da Venezuela que financiou a campanha de [Gustavo] Petro [presidente da Colômbia]. Eles canalizaram dinheiro para o México e o Brasil”, declarou o ex-funcionário.
As acusações ganham ainda mais peso com os relatos de Hugo “El Pollo” Carvajal, ex-chefe de inteligência militar de Hugo Chávez. Em depoimento ao Departamento de Justiça dos EUA, Carvajal revelou que, por mais de 15 anos, a ditadura venezuelana teria financiado ilegalmente partidos e líderes de esquerda na América Latina e Europa, utilizando recursos da petroleira estatal PDVSA. Entre os beneficiários citados estão Lula (PT), Néstor Kirchner (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Fernando Lugo (Paraguai), Ollanta Humala (Peru) e Manuel Zelaya (Honduras).
A legislação brasileira proíbe o financiamento de campanhas políticas com recursos provenientes do exterior, o que torna as alegações especialmente graves. Embora não haja confirmação oficial por parte das autoridades brasileiras sobre investigações em curso relacionadas a essas denúncias, o caso reacende o debate sobre a influência estrangeira em processos eleitorais e a vulnerabilidade dos sistemas de controle financeiro.
A repercussão internacional foi imediata. O presidente da Argentina, Javier Milei, compartilhou em suas redes sociais uma reportagem detalhando os depoimentos de Carvajal, ampliando a visibilidade do caso e provocando reações políticas em diversos países.
Até o momento, o governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre as declarações de Billingslea ou Carvajal. A oposição, por sua vez, tem cobrado esclarecimentos e a abertura de investigações para apurar possíveis irregularidades.






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