Fraude no INSS: Associações Investigadas Foram Criadas com Assinaturas Falsas
- Luana Valente
- 5 de mai.
- 2 min de leitura

Uma investigação da Polícia Federal revelou um esquema de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), envolvendo associações criadas com assinaturas falsas de beneficiários. O caso, que veio à tona após uma perícia detalhada, aponta que duas entidades sediadas em Sergipe foram constituídas com documentos adulterados, permitindo a cobrança indevida de aposentados e pensionistas.
A fraude teve início após uma decisão do INSS em 2019, que autorizou associações a descontarem mensalidades diretamente da folha de pagamento dos beneficiários, desde que houvesse uma autorização formal. No entanto, a investigação revelou que muitas dessas autorizações foram falsificadas, permitindo que as entidades envolvidas acumulassem milhões de reais em contribuições indevidas.
Entre as associações investigadas estão a Associação Universo e a APDAP Prev que movimentaram mais de R$ 300 milhões em um período de 21 meses. Em seu auge, o grupo chegou a reunir 629 mil associados, um número superior à população da capital sergipana, Aracaju. Os valores descontados variavam entre R$ 30 e R$ 50 por mês, muitas vezes passando despercebidos pelos aposentados.
A Polícia Federal identificou que os repasses do INSS eram pulverizados para empresas registradas em nome de laranjas, com vínculos diretos aos empresários Alexsandro Prado Santos, conhecido como Lequinho, e Sandro Temer de Oliveira, apontados como os verdadeiros controladores das associações. Ambos foram presos preventivamente.
O escândalo levou à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e à renúncia do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, na última sexta-feira (2). Estima-se que até 4,1 milhões de beneficiários tenham sido prejudicados por descontos indevidos.
O governo federal deve apresentar um plano de devolução dos valores cobrados indevidamente ainda nesta semana, incluindo um calendário de pagamento e um sistema para contestações. A Controladoria-Geral da União estima que o montante desviado pode chegar a R$ 6,5 bilhões.
A investigação segue em andamento, e novas prisões podem ocorrer à medida que mais detalhes sobre o esquema são revelados. A expectativa é que medidas sejam tomadas para evitar fraudes semelhantes no futuro e garantir maior transparência na gestão dos benefícios previdenciários.
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