Fraude no INSS: Vice-líder do governo Lula é alvo de operação da Polícia Federal
- Luana Valente

- há 1 dia
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Nova fase da Operação Sem Desconto cumpre mandados contra senador Weverton Rocha e outros envolvidos em esquema de descontos ilegais

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (18) mais uma fase da Operação Sem Desconto, que apura um esquema nacional de fraudes envolvendo aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), cumpriu 52 mandados de busca e apreensão, 16 de prisão preventiva e diversas medidas cautelares em diferentes estados, incluindo São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão e o Distrito Federal.
Entre os alvos está o senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva no Senado. O parlamentar, que ocupa posição estratégica na articulação política da Casa, teve endereços incluídos na operação. Segundo fontes ligadas ao STF, a investigação aponta proximidade de Rocha e de seus assessores com o lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como um dos principais articuladores do esquema.
De acordo com as apurações, assessores do senador teriam recebido valores ligados ao esquema de descontos associativos irregulares aplicados sobre benefícios previdenciários. Um dos funcionários de Rocha também foi alvo da operação. Além disso, a PF prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho do lobista, e Aldroaldo Portal, secretário-executivo do Ministério da Previdência, considerado o número dois da pasta.
O esquema investigado pela Operação Sem Desconto teria causado prejuízos bilionários ao sistema previdenciário, ao realizar descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. A investigação busca esclarecer a prática dos crimes e identificar a participação de agentes públicos e privados na chamada “farra do INSS”.
Weverton Rocha, eleito senador em 2018 com quase dois milhões de votos, consolidou-se como um dos principais interlocutores do governo no Congresso. Ele é relator de pautas sensíveis, como a revisão da Lei do Impeachment e a indicação de Jorge Messias ao STF. A inclusão de seu nome na operação amplia o impacto político da investigação, atingindo diretamente a base de apoio do presidente Lula.
A Polícia Federal segue com as diligências e a análise dos materiais apreendidos. O caso deve ter desdobramentos tanto na esfera judicial quanto no campo político, já que envolve figuras centrais da articulação governista no Senado.






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