“Gaste menos em festa e mais em infraestrutura”, critica Ratinho sobre obras da COP 30 promovidas pelo governo de Helder Barbalho
- Luana Valente
- 14 de jun.
- 3 min de leitura

O apresentador Carlos Roberto Massa, conhecido como Ratinho, voltou a criticar os investimentos públicos destinados à realização da COP 30 em Belém, Pará. Em vídeo publicado nas redes sociais, Ratinho afirmou que não é contra a conferência climática, mas questionou a alocação dos recursos, defendendo que o governo deveria priorizar infraestrutura básica em vez de eventos festivos.
“Realmente eu não conheço a Amazônia. E sei que você tem feito um trabalho fantástico aí no seu Estado, pela aprovação que o povo lhe dá”, declarou Ratinho no vídeo. “Eu disse que se faça a COP, mas que se gaste menos em festa e mais em infraestrutura, que é necessária. Ainda falta saneamento, ainda faltam casas populares”, completou o comunicador, reforçando sua preocupação com as condições de vida da população local.
A fala de Ratinho foi em resposta a uma declaração do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), em que rebateu publicamente as críticas anteriores sobre a pauta COP 30. O gestor estadual convidou o apresentador para visitar Belém e conhecer de perto as obras preparatórias para o evento.
A COP 30, marcada para novembro de 2025, será a primeira conferência climática da ONU realizada na Amazônia. O evento deve reunir mais de 30 mil participantes, incluindo chefes de Estado e especialistas em meio ambiente. Segundo dados oficiais, os investimentos para a COP 30 somam mais de R$ 7 bilhões, abrangendo obras de mobilidade urbana, saneamento, segurança e ampliação da rede hoteleira.
Ratinho, por sua vez, reiterou que sua crítica não era ao estado do Pará, mas sim à forma como os recursos estavam sendo aplicados. “Minha intenção foi propor uma reflexão: não seria mais justo e necessário aplicar esses recursos em moradias, escolas, hospitais e saneamento básico?”, questionou.
Vale frisar que, com relação ao debate sobre os investimentos da COP 30, o Ratinho ressaltou que apesar da conferência possibilitar benefícios econômicos e ambientais para a região, é fundamental dar maior atenção às necessidades estruturais da população e da cidade.
Preocupações com infraestrutura e custos elevados geram incertezas
A realização da 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-30) em Belém, marcada para novembro de 2025, tem gerado preocupações entre delegações internacionais. Telegramas trocados entre o Itamaraty e diversas embaixadas revelam receios quanto à infraestrutura da cidade para receber o evento, além dos altos custos de hospedagem, que podem levar alguns países a reduzirem suas delegações ou até desistirem da participação.
Representantes de China, Alemanha, Reino Unido, Dinamarca e Noruega manifestaram inquietação sobre a disponibilidade de acomodações e os preços elevados das diárias. A embaixada norueguesa no Brasil, por exemplo, mencionou a possibilidade de reduzir sua delegação devido aos custos elevados. A China também enfrenta dificuldades para reservar hotéis, com relatos de baixa disponibilidade e preços considerados excessivos.
O governo federal e o governo do Pará afirmam estar trabalhando para ampliar a capacidade de hospedagem, incluindo reformas de hotéis, adaptação de escolas como hostels e a contratação de navios-cruzeiro para acomodar participantes.
No entanto, a demora na implementação dessas medidas tem gerado frustração entre países e entidades da sociedade civil, que temem não conseguir participar do evento devido à falta de informações e aos custos elevados.
A COP-30 será a primeira conferência climática realizada no Brasil e ocorre em um momento crucial para o debate ambiental, especialmente após a constatação de que 2024 registrou temperatura média global acima de 1,5ºC. A expectativa é que o evento reúna cerca de 50 mil participantes, enquanto Belém dispõe de aproximadamente 36 mil leitos, incluindo hotéis, aluguel por temporada e navios de cruzeiro.
A COP-30 em si é um marco na discussão climática global, mas a infraestrutura da cidade-sede ainda precisa de ajustes para atender às demandas internacionais.
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