Hospitais privados rompem com plano de saúde dos Correios após dívida milionária
- Luana Valente
- 5 de abr.
- 2 min de leitura

Uma crise financeira sem precedentes está afetando os Correios e seus cerca de 200 mil funcionários e dependentes. A suspensão de atendimentos em hospitais privados foi motivada pela interrupção dos repasses financeiros para a Postal Saúde, operadora de autogestão que administra o plano de saúde da estatal. Desde novembro do ano passado, os Correios não realizam os repasses necessários, acumulando uma dívida de aproximadamente 400 milhões de reais.
Entre os hospitais que suspenderam o atendimento estão grandes redes como Rede D’Or, Unimed, Dasa, grupo Kora e Beneficência Portuguesa. A Postal Saúde, fundada em 2013, depende quase exclusivamente dos repasses da estatal para manter seus contratos com os prestadores de serviços. A situação financeira dos Correios também é crítica, com um prejuízo de 3,2 bilhões de reais registrado em 2024.
A crise gerou indignação entre os beneficiários, que continuam tendo os valores dos planos descontados de seus contracheques, mas enfrentam dificuldades para acessar os serviços médicos. Sindicalistas ameaçam paralisar as atividades em estados como a Bahia, caso os pagamentos não sejam regularizados.
“A nossa saúde, a nova vida depende disso. Nós pagamentos mensalmente, pagamos compartilhamento, que é um absurdo, na nossa conta, e, quando procura a nossa assistência médica, vêm dizer que não está sendo atendida por falta de pagamento?”, questiona Shirlene Souza, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos no Estado da Bahia, lembrando que os beneficiários continuam tendo a coparticipação dos planos descontada do contracheque.
“Se não pagarem as clínicas e hospitais, nós vamos paralisar as atividades de toda a Bahia”, afirma a sindicalista em vídeo compartilhado por funcionários da estatal.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) pode intervir na Postal Saúde, caso o calote persista. A operadora enfrenta o desafio de negociar com prestadores de serviços para evitar a suspensão total dos atendimentos, mas a situação se tornou insustentável.
Os Correios e a Postal Saúde ainda não se posicionaram oficialmente sobre o caso. O espaço segue aberto para atualizações.
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