
Em um movimento significativo na política venezuelana, a líder opositora María Corina Machado declarou que a melhor opção para o presidente Nicolás Maduro é aceitar os termos de uma transição negociada. A declaração foi feita em meio a um cenário de tensão política e social no país, onde as recentes eleições presidenciais têm sido amplamente contestadas.
Machado, que tem sido uma figura proeminente na oposição venezuelana, afirmou que está disposta a oferecer "garantias, salvo-conduto e incentivos" para que Maduro deixe o poder de forma pacífica. "Estamos decididos a avançar em uma negociação. Será um processo de transição complexo, delicado, no qual uniremos toda a nação", disse ela em entrevista à agência de notícias AFP.
No entanto, a resposta de Maduro foi contundente. Em uma coletiva de imprensa no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), o presidente venezuelano descartou qualquer possibilidade de negociação com Machado, a quem chamou de "fugitiva da Justiça". Maduro afirmou que a líder opositora deve responder "pelos crimes que cometeu" e que a única negociação possível seria com o procurador-geral.
A situação política na Venezuela permanece tensa, com ambos os lados reivindicando vitória nas eleições de 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor com 51,2% dos votos, mas a oposição e a comunidade internacional contestam o resultado, alegando fraude eleitoral⁴. Desde então, protestos têm ocorrido em várias regiões do país, resultando em mais de 20 mortos e dezenas de feridos devido à repressão das Forças Armadas a mando de Maduro.
A proposta de Machado para uma transição negociada representa uma tentativa de resolver a crise política de forma pacífica, mas a rejeição de Maduro indica que o caminho para uma solução consensual ainda é incerto.
Comments