Mauro Cid deixa a sede da PF após mais de duas horas de depoimento
- Luana Valente
- 13 de jun.
- 2 min de leitura

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, deixou a sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, nesta sexta-feira, após prestar depoimento por mais de três horas no âmbito de uma investigação que apura uma suposta tentativa de obtenção de passaporte português para deixar o país.
Cid foi ouvido por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após a Procuradoria-Geral da República (PGR) levantar suspeitas de que o militar teria buscado meios para fugir do Brasil, driblando restrições judiciais. A investigação aponta que o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, teria atuado junto ao Consulado de Portugal em Recife para facilitar a emissão do documento. Machado foi preso preventivamente nesta manhã.
Durante o depoimento, Cid negou qualquer plano de fuga e, segundo sua defesa, se colocou à disposição da Justiça, inclusive oferecendo a entrega de sua carteira de identidade portuguesa. A defesa também afirmou que ele não tem intenção de solicitar passaporte ou deixar o país sem autorização judicial.
A Polícia Federal encontrou em seu celular registros de uma tentativa anterior, em janeiro de 2023, de obtenção da cidadania portuguesa. A nova apuração pode refletir no acordo de colaboração premiada firmado por Cid no processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, do qual ele é réu.
A PGR considera que a atuação de Machado pode configurar obstrução de Justiça e favorecimento pessoal, e solicitou ao STF a abertura de um novo inquérito para aprofundar as investigações.
O caso segue em análise, e a PF não descarta a possibilidade de um novo depoimento, caso surjam novos elementos. O prazo para envio das diligências ao STF está aberto até a próxima segunda-feira, 16 de junho.
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