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Megaoperação revela controle de R$ 30 bilhões em fundos por facção criminosa



Receita Federal
Receita Federal

Uma das maiores investigações já realizadas contra o crime organizado no Brasil revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) controlava ao menos 40 fundos de investimento — multimercado e imobiliários — com patrimônio superior a R$ 30 bilhões. A descoberta foi feita pela Receita Federal no âmbito da operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público de São Paulo.


Segundo os investigadores, os fundos eram operados a partir da região da Faria Lima, principal centro financeiro da capital paulista, e serviam como instrumentos de lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial. Os recursos ilícitos eram reinvestidos em ativos estratégicos, como um terminal portuário, quatro usinas de álcool, 1.600 caminhões para transporte de combustíveis e mais de 100 imóveis, incluindo fazendas milionárias no interior de São Paulo e uma mansão de R$ 13 milhões em Trancoso, na Bahia.


Os fundos eram fechados, com apenas um cotista — geralmente outro fundo — criando camadas de blindagem que dificultavam a fiscalização. A Receita Federal aponta que as administradoras desses fundos estavam cientes do esquema e deixaram de cumprir obrigações legais, contribuindo para a ocultação das movimentações financeiras.


Além disso, fintechs foram utilizadas como “bancos paralelos” para movimentar bilhões de reais em contas não rastreáveis. Uma dessas empresas, o BK Bank, teria movimentado R$ 46 bilhões entre 2020 e 2024. Foram identificados mais de 10 mil depósitos em espécie, totalizando R$ 61 milhões, prática considerada incompatível com a natureza dessas instituições.


O esquema criminoso se estendia por toda a cadeia produtiva de combustíveis, desde a importação irregular de metanol — usado para adulterar combustíveis — até a distribuição em mais de mil postos espalhados por dez estados brasileiros. A Receita estima que o grupo movimentou R$ 52 bilhões nesse setor, mas pagou apenas R$ 90 milhões em impostos, o equivalente a 0,17% do total.


A operação Carbono Oculto mobilizou cerca de 1.400 agentes e cumpriu 350 mandados de busca e apreensão em oito estados. Entre os alvos estão empresas como o Grupo Aster/Copape, as fintechs BK Bank e Banrow, e fundos como o Reag, usados para aquisição de ativos e blindagem patrimonial.


As autoridades consideram esta ação um marco no combate à infiltração do crime organizado no sistema financeiro nacional. A investigação segue em curso e novas fases da operação não estão descartadas.



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