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Ministra da Saúde determinou intervenção policial no Hospital Federal de Bonsucesso para tirar trabalhadores; FMB emite nota repudiando truculência

Foto do escritor: Luana Valente Luana Valente

A recente decisão da Ministra da Saúde, Nísia Trindade, de autorizar a entrada da Polícia Federal no Hospital Federal de Bonsucesso para retirar trabalhadores que resistiam à entrega da gestão ao Grupo Hospitalar Conceição, levanta questões importantes sobre a condução de políticas públicas e a gestão de conflitos no setor de saúde.


Primeiramente, é crucial reconhecer que a saúde pública é um direito fundamental e que qualquer mudança na gestão de um hospital deve priorizar o bem-estar dos pacientes e a estabilidade dos profissionais de saúde. A intervenção policial em um ambiente hospitalar, onde a prioridade deve ser o cuidado e a recuperação dos pacientes, pode ser vista como uma medida extrema e desproporcional. A presença de forças de segurança em um hospital pode gerar um clima de tensão e insegurança, prejudicando tanto os trabalhadores quanto os pacientes.


Além disso, a resistência dos trabalhadores à mudança de gestão indica uma falta de diálogo e transparência no processo. Os profissionais de saúde, que estão na linha de frente do atendimento, devem ser ouvidos e suas preocupações consideradas. A imposição de uma nova gestão sem um processo de consulta adequado pode minar a confiança e a moral dos trabalhadores, afetando negativamente a qualidade do atendimento prestado.


A decisão de Nísia Trindade também pode ser criticada pela falta de sensibilidade em lidar com um conflito laboral. Em vez de buscar uma solução negociada e pacífica, a opção pela força policial pode ser interpretada como uma tentativa de silenciar a oposição e impor uma decisão de cima para baixo. Esse tipo de abordagem pode gerar ressentimento e resistência contínua, dificultando a implementação de mudanças necessárias.


Por outro lado, é importante considerar os argumentos a favor da mudança de gestão. A ministra argumentou que a nova administração visa melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços prestados pelo hospital. No entanto, essas melhorias só serão alcançadas se houver um ambiente de cooperação e confiança mútua entre a nova gestão e os trabalhadores.


Em resumo, a conduta da Ministra da Saúde, Nísia Trindade, ao autorizar a intervenção policial no Hospital Federal de Bonsucesso, pode ser vista como uma medida autoritária e contraproducente. A gestão de conflitos no setor de saúde deve ser baseada no diálogo, na transparência e no respeito aos direitos dos trabalhadores, garantindo que qualquer mudança seja implementada de maneira justa e eficaz.


Em nota, FMB posiciona-se contra truculência da PM-RJ.


“A Federação Médica Brasileira (FMB) e seus 30 sindicatos de base, posicionam-se contra a truculenta ocupação das dependências do Hospital Federal de Bonsucesso pela tropa de choque da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, verificado perto das 6h30 de sábado, 19 de janeiro de 2024. Tal ação atende pedido do Ministério da Saúde para desocupação de servidores que estavam acampados na direção da unidade em busca de negociação com governo federal sobre a troca de gestão do Grupo Hospitalar Conceição.


A FMB declara total apoio aos médicos do Rio de Janeiro e acompanha com preocupação junto ao Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, os encaminhamentos desta ação autoritária e intimidatória.


Ao Ministério da Saúde pedimos que seja estabelecida a imediata negociação com os servidores para mudar este cenário desolador que envolve a Rede Federal de Hospitais, notadamente o Hospital Federal de Bonsucesso.”


A DIRETORIA

19 de outubro de 2024



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