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MPF abre investigação sobre show de Mariah Carey em Belém

A investigação sobre show de Mariah Carey em Belém apura possíveis impactos socioambientais e falta de consulta às comunidades locais



Marinha do Brasil/Divulgação
Marinha do Brasil/Divulgação


O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito civil para investigar os possíveis impactos socioambientais causados pelo show da cantora norte-americana Mariah Carey, realizado em setembro, em Belém (PA), como parte do projeto Amazônia Live. A apresentação ocorreu sobre um palco flutuante montado nas águas do rio Guamá, e levantou preocupações quanto à ausência de consulta prévia às comunidades tradicionais da região.


Palco flutuante e exclusividade do evento


O espetáculo, promovido pela organização do Rock in Rio, foi realizado em um palco em formato de vitória-régia, orçado em cerca de R$ 30 milhões. A estrutura foi instalada diretamente sobre o rio Guamá, em área próxima a comunidades ribeirinhas. O evento foi restrito a convidados e transmitido ao vivo, sem acesso presencial ao público geral.


Apesar de críticas sobre o suposto uso de recursos públicos, a assessoria do Rock in Rio esclareceu que não houve financiamento governamental direto. O governo federal não participou do evento, e o governo estadual ofereceu apenas apoio institucional. Todo o investimento teria sido realizado por patrocinadores privados.


Investigação do MPF


O MPF, por meio da Procuradoria da República no Pará, busca apurar se houve violação de direitos das comunidades tradicionais, especialmente pela falta de consulta prévia, livre e informada, conforme determina a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário. O órgão também avalia os impactos ambientais decorrentes da montagem e realização do evento sobre o rio.


Repercussão política e social


A realização do show gerou forte repercussão entre políticos locais. Parlamentares criticaram o custo elevado da estrutura e a exclusividade do evento, alegando que o investimento poderia ter sido direcionado a ações sociais ou culturais mais inclusivas. A deputada estadual Marinês Rocha afirmou: “Estamos pagando por esse palco de R$ 30 milhões enquanto comunidades ribeirinhas carecem de saneamento básico”.


O inquérito civil está em fase inicial, e o MPF deve solicitar informações aos organizadores do evento, à Marinha do Brasil — responsável pela autorização da estrutura flutuante — e aos órgãos ambientais. Caso sejam identificadas irregularidades, o Ministério Público poderá recomendar medidas corretivas ou ajuizar ação civil pública.



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